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Vida pessoal e fotos de Cacilda Becker dominam novo livro

Biografia escrita por Maria Thereza Vargas destaca os romances da atriz que dizia só ser feliz no palco

Mais de cem imagens ilustram volume; persona sensual da atriz ganhou força sob a direção de Adolfo Celi

NELSON DE SÁ DE SÃO PAULO

Maria Thereza Vargas conheceu Cacilda Becker quando tinha de 15 para 16 anos, em 1945. Já havia assistido à atriz nas primeiras peças profissionais, ao lado do ator argentino Raul Roulien, e no teatro estudantil, dirigida por Décio de Almeida Prado.

Começou ali, quando a adolescente foi levar textos seus para a apreciação de Cacilda, que buscava roteiros de radioteatro, uma amizade que se manteve até a morte da atriz, em 1969. Amizade que é expressa agora na biografia que a pesquisadora lança pela Imprensa Oficial.

O livro segue ordem cronológica e põe em primeiro plano a trajetória pessoal.

Com 160 páginas, reproduz mais de cem imagens, grande parte delas inédita e de qualidade superior à das que se conhecia até agora, tiradas por fotógrafos como Boris Kauffmann, amigo de juventude da atriz. A maior parte das fotos é do acervo pessoal da própria autora.

"Cacilda Becker: Uma Mulher de Muita Importância" apresenta, segundo Vargas, a "longa caminhada" da emblemática atriz, com "um traçado firme conseguido a golpes rudes", em que não faltou luta "contra a miséria".

"Foi uma vida conquistada dia a dia", acrescenta Vargas em entrevista, observando porém que "Cacilda tinha um temperamento, assim, muito dramático, de quem sofria demais. Ela sempre repetia: Eu só sou feliz no palco'".

PAIXÕES

Sua trajetória é pontuada pelos artistas com quem se relacionou --do modernista Flávio de Carvalho, precursor da performance no país, passando por Roulien e pelo diretor Adolfo Celi no Teatro Brasileiro de Comédia, até o ator Walmor Chagas.

"Ela queria se completar com uma figura masculina, era muito apaixonada", diz Vargas. "Nem sempre deu certo." Como as novas fotos indicam, acrescenta, "era muito sensual", com presença que teria se acentuado, no palco, pelo estilo de direção trazido por Celi da Itália.

O diretor José Celso Martinez Corrêa, que estreia em agosto a terceira parte da série de peças "Cacilda", confirma que "ela era muito sensual" e teve "milhares de namorados". Com Celi "ela levantou o TBC, amor e teatro ao mesmo tempo". Além de "muito bonita em cena", também "fotografava bem", lembra ele, destacando a qualidade das imagens do livro.

Mas Cacilda pouco atuou para as câmeras, no cinema e na TV. Como relata o livro, deixou só "vestígios", entre eles o filme "Floradas na Serra", de Luciano Salce, na Companhia Vera Cruz, e a novela "Ciúme", dirigida por Roberto Talma na TV Tupi.

Em tom melancólico, Vargas anota que restam as "imagens fotográficas, formas fixas que agitam a memória dos que a viram representar e que exigem imaginação dos que não a conheceram".


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