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Teatro

Mostra reúne monólogos sobre malditos

Cinco espetáculos no Club Noir retratam personagens famosos marcados por uma existência fora dos padrões

Nas remontagens de peças dos últimos cinco anos, Van Gogh e Kurt Cobain estão entre os protagonistas

GUSTAVO FIORATTI DE SÃO PAULO

Com um cenário aquecido como o que a cidade de São Paulo vive, com pelo menos 300 estreias teatrais por ano, resgatar espetáculos que já saíram de cartaz e combiná-los em mostras parece uma boa forma de encontrar identidades convergentes.

Um exemplo é o "1º Encontro de Monólogos Noir", que começou ontem no Club Noir, na rua Augusta (região central), e segue até 29 de setembro, com remontagem de peças dos últimos cinco anos.

São espetáculos intimistas, para plateias pequenas. Quem organiza a mostra é Juliana Galdino, atriz e diretora, cuja formação como artista passou pelo CPT (Centro de Pesquisa Teatral).

Galdino foi protagonista de diversas montagens do diretor Antunes Filho, que conduz o CPT. Atuou, por exemplo, em suas duas memoráveis versões para "Medeia", trabalho pelo qual ela ganhou o prêmio Shell em 2002.

Sua trajetória como intérprete de papéis graves explica, nesta mostra, a opção de criar uma unidade a partir dos personagens retratados nos monólogos, mais do que pelos estilos de linguagem desenvolvidos pelos autores em seus textos.

As personalidades representadas nos espetáculos trafegam sempre à margem, num limiar entre lucidez e loucura, como se essas duas qualidades também pudessem estabelecer revelações.

"Os personagens são todos uma espécie de pária", diz Galdino. "Todos têm um posicionamento existencial e ideológico fora dos padrões. Todos eles inauguraram, de alguma forma, possibilidades para a existência de um novo ser humano, mais profundo, imperfeito e belo", afirma.

MALDITOS

O primeiro monólogo da série, "O Mal Dito", exibido sempre às quartas, traz um homem atormentado por ter testemunhado a morte de sua mãe quando era adolescente. A obra é inspirada na história e na poesia do uruguaio Isidore Ducasse, ou Conde de Lautréamont, e tem direção, adaptação e atuação de Fransérgio Araújo.

O clima de tormenta prossegue no dia seguinte, com o pintor Vincent van Gogh interpretado por Alexandre Ferreira (também autor do texto e da direção). Após acordar de um pesadelo, Van Gogh, em seu ateliê, reflete sobre a sua vida e sua obra.

Na sexta, o mito do rock grunge Kurt Cobain entra em cena, em texto escrito por Sérgio Roveri. "Aberdeen - Um Possível Kurt Cobain", traz dados biográficos do vocalista da banda Nirvana, que se matou com um tiro de espingarda aos 27 anos, em 1994.

A própria Galdino entra em cena no sábado, com o monólogo "Comunicação a uma Academia", que tem texto de Franz Kafka e direção de Roberto Alvim.

A mostra se encerra no domingo com a peça "A Obscena Senhora D." com histórias acerca da escritora e poeta Hilda Hilst.


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