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Em "Na Quadrada das Águas Perdidas", de Wagner Miranda e Marcos Carvalho, temos basicamente Matheus Nachtergaele como um sertanejo que se desloca pela caatinga.

Não fica claro seu destino. E nem precisa. O importante, no caso, é o árido percurso que enfrenta. O sertanejo encontra cobras perigosas, onça, assombrações, come o que vê pela frente, faz escambo num pequeno mercado, e sonha.

Utilizando uma construção que prescinde de diálogos, mas abusa no uso de música, o filme fica entre o onírico e a crueza, o minimalismo e o excruciante. Mas não abraça nenhuma dessas características.

O estilo adotado é equivocadamente fragmentado, quando não vemos na tela a menor justificativa para picotar tanto as imagens. Sentimos que o tempo do personagem é outro, pede a contemplação, não a fragmentação. Os cortes brigam com o ritmo lento que ameaça se impor.

Incomoda a opção de mostrar cenas de diversos ângulos. Parece que não há confiança nas possibilidades de mise-en-scène, nos tempos mortos, na vagarosa luta pela sobrevivência desse bravo homem.

Um exemplo: logo no início, os diretores precisam de quatro planos, de ângulos diferentes, para mostrar uma curta caminhada de Nachtergaele. Uma câmera bem posicionada em simples panorâmica teria resolvido a cena de maneira muito mais eficaz e dramática.

Parece algo estritamente técnico, mas não é. A fragmentação desnecessária compromete a fluência narrativa.


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