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Poeta é um 'laboratório permanente', diz especialista

DA COLUNISTA DA FOLHA

Ferreira Gullar é o escritor brasileiro mais lembrado, nos últimos anos, como merecedor de um Prêmio Nobel de Literatura. Também costuma ser citado por especialistas como um dos maiores nomes da história da poesia nacional, junto a ninguém menos que Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto.

"Nenhum outro poeta vivo tem tantos poemas tão amplamente reconhecidos como clássicos e antologiados", diz o poeta Antonio Cicero, um dos que colocam Gullar no mesmo patamar de Bandeira, Drummond e Cabral.

"Poema Sujo" (1976) é a obra mais consagrada da carreira que completa seis décadas em 2014, mas volumes como "A Luta Corporal" (1954) e "Na Vertigem do Dia" (1980) desenham uma trajetória de experimentações que resulta universal, na avaliação do poeta Marco Lucchesi.

"Gullar é um laboratório permanente. Ele foi quem mais experimentou na poesia brasileira, com alto grau de consciência dessa experimentação", argumenta.

A universalidade que resulta desse grau de consciência também é uma característica que, para o poeta e tradutor Ivo Barroso, faz do maranhense um poeta singular.

Barroso diz que Gullar chegou a se perder nas experimentações ao se envolver com o concretismo, nos anos 1950, e o cordel, na década seguinte, mas voltou "à poesia com P maiúsculo".

"Ele faz poesia universal, não poesia para quatro pessoas de São Paulo e três do Rio", resume.

É isso o que permite a uma obra angustiada como "Poema Sujo" --homólogo poético de "O Grito", do pintor Edvard Munch, segundo Barroso-- incluir versos tão acessíveis como "Lá vai o trem com o menino/ Lá vai a vida a rodar/ Lá vai ciranda e destino/ Cidade noite a girar", criados como letra para "O Trenzinho do Caipira", de Heitor Villa-Lobos.


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