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Circo da falsa beleza e da eterna juventude é tema de série do GNT

Sem exibir 'um filete de sangue', episódios buscam dar tom de comédia aos dramas dos pacientes

Para ator de 'Beleza S/A', que estreia na quarta, atração vai alertar sobre exageros da cirurgia plástica

SILVANA ARANTES DE SÃO PAULO

"Será que é pecado não querer envelhecer?", pergunta Lenira (Claudia Alencar). "Se for, a gente se encontra no inferno", responde Jairo (Antonio Saboia).

Esse diálogo entre uma amante do bisturi e o seu cirurgião plástico está em "Linda de Morrer", primeiro dos 13 episódios da série "Beleza S/A", que estreia na próxima quarta-feira, no GNT.

Lenira faz a indagação após dizer a Jairo que quer retirar uma costela (para afinar a cintura), aspirar gordura localizada e aumentar os seios.

"É o único momento em que ela se permite refletir", diz a atriz sobre sua personagem. "Não adianta nada ser uma Barbie sem mente e espírito. A Lenira não é feliz."

Quando a situação das personagens "já virou uma dor ou está muito perto de virar uma dor", surge o limite que o roteiro da série não cruza.

"Vamos até onde dói. Se eu disser que [a abordagem] é superficial, é mentira. Se disser que fomos fundo no assunto, também é. Encontramos um meio termo para começar uma discussão", diz Marcio Alemão Delgado, cocriador e um dos roteiristas.

O ator Antonio Petrin, que interpreta o cirurgião Alex Uberwald, dono da clínica onde se desenrola a trama, diz que, "sem mostrar um filete de sangue, a série vai alertar para determinados exageros".

Petrin acha, porém, que "Beleza S/A" irá apenas entreter, com sua opção pelo humor irônico. Alex descreve a própria clínica como "o circo da falsa beleza e da eterna juventude".

"Não acredito que haverá uma grande discussão ou que alguém vá deixar de fazer uma cirurgia pelo que a série está mostrando", diz o ator.

A diretora Fabrizia Pinto diz que aceitou o convite da produtora O2 --de Fernando Meirelles, com quem ela dirigiu "O Menino Maluquinho 2"--porque achou "muito bacana o assunto, essa loucura de as pessoas quererem ficar mais jovens, mais bonitas, mais parecidas com alguém".

Com orçamento de R$ 215 mil por episódio (de 30 min.), Fabrizia disse que foi "sofrido" o processo de filmagens e que sua equipe usou criatividade para obter "milagres".

"Esse mercado de séries está em movimento. Todo mundo está tentando se adaptar", diz ela. "A gente trabalha em função do quanto dá para fazer [com um orçamento dado], em vez de pensar no próprio trabalho. Caminhamos para entender quanto se tem de gastar para fazer um trabalho bacana."

E completa: "Se isso não for entendido, fica naquilo de tudo por amor à arte'. E no lugar de um profissional talentoso tem que chamar um menino sem experiência que aceita trabalhar por qualquer coisa".


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