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Lenine celebra 30 anos de música com balé
Compositor pernambucano volta a assinar trilha de espetáculo do Grupo Corpo, que estreia em Belo Horizonte
Músico aproveita para reler álbuns antigos e faz show com a orquestra do holandês Martin Fondse
É com a palavra "comemória", misto de comemoração e memória, que Lenine batiza a série de celebrações de seus 30 anos de carreira.
As festividades do músico, que tem dez discos lançados e composições gravadas por Maria Bethânia, Milton Nascimento, Gilberto Gil e Ney Matogrosso, mesclam releituras dos seus primeiros álbuns com projetos novos.
O mais recente deles é a trilha assinada pelo compositor pernambucano para "Triz", do Grupo Corpo. O espetáculo de dança estreia no dia 30, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, passa pelo Rio em setembro e chega a São Paulo, no Teatro Alfa, em novembro.
Para Lenine, que assina pela segunda vez uma trilha para a companhia mineira --a primeira foi "Breu" (2007)--, o processo de composição atual foi menos difícil.
"Eu já compreendia melhor o universo de expressão do Corpo. Breu' teve aquela cara mais violenta, mais impactante. Dessa vez, o foco ficou mais nos instrumentos de corda, do berimbau ao piano", comenta Lenine. "Esse trabalho me permite exercitar um tipo de música instrumental que não tenho muita oportunidade de fazer", diz.
Já Rodrigo Pederneiras, coreógrafo do Grupo Corpo, considerou a criação do espetáculo mais complicada do que a do anterior, mas não por motivos artísticos.
É que, durante o processo de criação, ele passou por duas cirurgias (uma no ombro e outra no joelho) e precisou acelerar o ritmo do trabalho para concluir a coreografia. Mesmo assim, o espetáculo, que estrearia no dia 2, teve de ser adiado.
"Essa trilha tem uma leveza maior, mas nada do Lenine é muito leve, é um cara genial", diz Pederneiras, sobre a densidade da música.
Ainda sobre novos projetos, Lenine trará ao Brasil, em outubro, o show "The Bridge", parceria com a orquestra do maestro holandês Martin Fondse, antes chamada Starvinsky Orkestar.
O concerto, que será apresentado no próximo dia 24 na Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha, terá músicas de diversos álbuns de Lenine.
RELEITURAS
Após reler "Olho de Peixe", em abril, o cantor repetirá o processo com "O Dia em que Faremos Contato" (1997). O álbum, gravado com o percussionista Marcos Suzano, foi o segundo da carreira do artista e completou 20 anos em 2013.
Em agosto, ele reapresenta no Recife seu disco de estreia, "Baque Solto", lançado em 1983, com Lula Queiroga.
"Tive de cooptar essas pessoas, algumas nem na área da música estão mais. Baque Solto', com aquela hibridagem' sonora, não teve muito eco na época. Hoje, a música brasileira vive uma promiscuidade sadia para o intercâmbio de expressões."
