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Épico de Fela Kuti ganha edição em vinil

'Sorrow, Tears and Blood', disco de protesto lançado pelo nigeriano em 1977, sai no país com tiragem de 500 cópias

Álbum do novo selo Goma Gringa trará a faixa-título na íntegra, com 17 minutos, e custará R$ 60

PEDRO DINIZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Uma pessoa acabou de morrer. A polícia está vindo, o exército está vindo. Confusão por toda a parte."

O verso de "Sorrow, Tears and Blood", canção de Fela Kuti (1938 -1997) que integra o disco homônimo de 1977, retrata o levante de Soweto, no qual milhares de jovens saíram às ruas da comunidade sul-africana em protesto contra o sistema educacional à época do apartheid.

A partir de 30/9, o público brasileiro finalmente terá acesso ao álbum em vinil, um dos mais emblemáticos da discografia do ativista nigeriano e criador do afrobeat.

A primeira tiragem do LP de "Sorrow, Tears and Blood", só lançado em CD no país nos anos 1990, terá 500 cópias ao preço de R$ 60.

A capa do LP será serigrafada e reproduz a foto original em preto e branco.

A versão brasileira traz a faixa-título na íntegra, com os 17 minutos gravados por Fela Kuti na primeira edição do álbum --em outras versões internacionais, a música foi cortada em 6 minutos.

"O disco dialoga com o clima de inconformismo que permeou os protestos recentes no Brasil. Não há momento mais propício para lançar a obra-prima", diz o pesquisador musical francês Frederic Thiphagne, sócio da gravadora Goma Gringa, que detém com exclusividade os direitos do título no país.

O selo, recém-inaugurado, tem como foco os ritmos tropicais. Os donos já negociam com a família de Kuti os direitos de outros álbuns do cantor, como "Shuffering and Shmiling" (1978) e "Zombie" (1976).

"Um dos propósitos da gravadora é lançar discos raros relacionados à música afro que, se importados, custariam muito caro no varejo", afirma Thiphagne.

O etíope Mulatu Astatke, o ganês Ebo Taylor e o nigeriano Tony Allen também estão na lista de músicos que devem ter discos editados pela Goma Gringa até o fim do próximo ano.

Antes, até dezembro, uma coletânea com o melhor da produção paraense dos ritmos Carimbó e Siriá nos anos 1970 será lançada pelo selo.

Entre os artistas escolhidos para compor o disco, os mestres Cupijó e Vieira, dois dos maiores nomes da música paraense, estarão na seleção.

A pesquisa para o projeto durou cerca de um ano, fruto de parceria com o selo alemão Analog Africa, do produtor Samy Ben Redjeb.


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