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Filme reativa polo de cinema de Brasília

Abandonado há 12 anos, espaço volta a ser usado para novo projeto de André Ristum, orçado em R$ 7 milhões

Governo do DF investiu cerca de R$ 200 mil para gastos emergenciais; longa é a maior produção já realizada em Brasília

MATHEUS MAGENTA ENVIADO ESPECIAL A SOBRADINHO (DF)

Abandonado há 12 anos, o polo de cinema do Distrito Federal foi reativado recentemente graças a "O Outro Lado do Paraíso", longa em produção de André Ristum (diretor do premiado "Meu País").

A infraestrutura precária do polo, sem estúdios ou equipamentos, parece fazer parte da cidade cenográfica que recria a Taguatinga dos anos 1960.

O local, com chão de terra batida e edificações de madeira, dá a sensação de que ainda há muito a ser feito.

"Polo, na verdade, é algo maior, não é só um lugar físico. É importante reativá-lo, mas isso não é suficiente. Para ser chamado de polo, precisa ter a estrutura, fomento e capacitação", diz Ristum.

O filme está orçado em R$ 7 milhões e é considerado a maior produção já rodada em Brasília. A necessidade de uma estrutura de apoio para as equipes de filmagem levou ao pedido para a reativação do polo.

O governo fez gastos emergenciais de cerca de R$ 200 mil para reformar o espaço. As edificações agora servem de camarim, oficina para a cenografia e refeitório. Segundo o governo do Distrito Federal, este foi só o primeiro passo.

Curiosamente, Ristum, Du Moscovis (ator do filme) e Sérgio Fidalgo (hoje coordenador do polo do DF e do festival de Brasília) gravaram no Polo de Cinema de Paulínia (SP) durante o auge da produção no local.

|Eles traçam paralelos entre o polo paulista, que atualmente tem infraestrutura e equipamentos de ponta, mas está abandonado por falta de apoio da prefeitura, e o polo do Distrito Federal, que vive uma situação oposta.

O modelo de Paulínia, calcado em dinheiro público para os filmes, capacitação de mão de obra local (que tinha reserva de mercado) e infraestrutura de qualidade, deve servir de base para o desenvolvimento do polo do DF. Mas com ressalvas.

"A lição que fica de Paulínia é que os bens culturais e as políticas públicas não podem ficar reféns de governos ocasionais", diz Fidalgo.

Foram gastos cerca de R$ 490 milhões na construção e desenvolvimento do polo de Paulínia, mas a nova gestão municipal alega falta de verbas para investir em cinema e o polo foi abandonado.

ADAPTAÇÃO

"O Outro Lado do Paraíso" adapta livro homônimo de Luiz Fernando Emediato, publicado em 1981.

A obra, contada a partir do ponto de vista de um garoto de 11 anos, aborda o golpe militar a partir de um viés pouco explorado no cinema nacional: cidadãos comuns.

Du Moscovis interpreta um pai de família que, em busca do paraíso, parte para a Brasília sob o encanto das promessas de reformas sociais do então presidente João Goulart.


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