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Editora cumpre maratona na busca de direitos de 'Psicose'

Livro de Robert Bloch que foi adaptado ao cinema no clássico de suspense de Alfred Hitchcock ficou 49 anos fora de catálogo no Brasil

RODOLFO LUCENA DE SÃO PAULO

Um cinto feito de mamilos, nove vulvas guardadas em uma caixa de sapatos, dez cabeças de mulher serradas, um par de lábios e um abajur de pele de um rosto feminino --eis algumas da lembranças encontradas pela polícia norte-americana ao revistar a casa do assassino Ed Gein em novembro de 1957.

Conhecido como Açougueiro Maluco, o criminoso de Wisconsin foi condenado à prisão perpétua (morreu em 1984) e entrou para a história como inspirador de vários assassinos do mundo da ficção.

Um deles foi Norman Bates, o matador de "Psicose", suspense criado por Robert Bloch em 1959 e transformado em um dos maiores filmes do gênero por Alfred Hitchcock.

O cineasta não só adquiriu os direitos de filmagem como também comprou todos os exemplares da obra que encontrou nas livrarias e os trancou num galpão, tentando impedir que o final da história fosse conhecido.

O sucesso do filme talvez tenha eclipsado a obra de Bloch (1917-1994), o que é uma injustiça. O texto tem ritmo rápido, descrições enxutas e diálogos bem razoáveis. Dá para "ver" o que está acontecendo, como se fosse no cinema; não por acaso, Hitchcock afirmou: "Meu filme veio todo do livro".

No Brasil ele estava abandonado, esquecido, fora das livrarias há quase 50 anos --a último edição era de 1964. Agora volta às prateleiras pela mão da DarkSide, editora que ainda está em seu primeiro ano de operação. E, de uma só vez, traz duas versões da obra: em brochura e numa caprichada --e mais cara-- edição de capa dura.

As duas têm um belo trabalho gráfico abrindo cada capítulo; a de capa dura traz páginas extras, com imagens clássicas do filme. Claro, você provavelmente adivinhou: são reproduções da cena do chuveiro, em que a faca sobe para ser cravada no corpo da loira que se banhava em um quarto do Bates Motel.

Conseguir os direitos para publicação no Brasil foi quase um trabalho detetivesco, contam Chico de Assis e Cristiano Menezes, sócios da DarkSide: "Procuramos os agentes americanos que nos indicaram, mas eles não detinham mais direitos da obra."

Ninguém sabia exatamente quem seria o responsável. "Então, ao longo de um ano, chegamos aos advogados espanhóis que cuidam dos direitos da família do Robert Bloch. Eles pediram para conhecer a editora e mandamos exemplares para eles." O aval da família veio.

O lançamento de "Psicose", dizem eles, afirma uma das linhas de ação da editora: "A nossa intenção, em geral, é pegar clássicos que ficaram perdidos, desenterrar' clássicos do terror".


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