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Cristina Iglesias constrói naturezas artificiais no Rio

Artista espanhola que tem obra permanente no Inhotim abre nova mostra individual na Casa França-Brasil

SILAS MARTÍ ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Entre a natureza real e sua representação nas obras de arte, existe um mundo construído que segue suas formas de modo mais ou menos fiel. É nesse intervalo que Cristina Iglesias parece trabalhar.

Na mostra individual que a artista espanhola acaba de abrir na Casa França-Brasil, no Rio, estão salas tomadas por uma vegetação de mentira, galhos e cipós de plástico que tentam mergulhar o espectador na mesma escuridão esverdeada de um bosque --clareiras inventadas.

Mas, entre esses aglomerados vegetais, está um labirinto que construiu. É uma estrutura de terracota vazada que traz nas paredes trechos do relato de um padre jesuíta que veio conhecer o novo mundo no final do século 16 a serviço da realeza espanhola, uma descrição filosófica das terras encontradas.

"Quero uma natureza fictícia, algo que começa a crescer e leva a uma contaminação vegetal", conta Iglesias, em entrevista à Folha. "Vira também um embate com o construído. Mesmo de dentro do labirinto, é possível ver as luzes da cidade lá fora."

Nesse ponto, a mostra no Rio contrasta com a instalação que a artista criou no Instituto Inhotim, megacentro de arte contemporânea em Minas Gerais, onde Iglesias criou um labirinto vegetal no meio da mata de verdade.

No centro da cidade, a artista retoma a reflexão sobre naturezas artificiais e criou até a sensação de uma respiração mecânica, com dois poços d'água que enchem e se esvaziam no espaço de acordo com um ritmo próprio, alusão a um organismo vivo que resiste à plasticidade da arquitetura dos homens.


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