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'Achei que o mundo já estivesse cansado de guitarras'

DO COLUNISTA DA FOLHA

Leia a seguir entrevista com o produtor Gordon Raphael, que gravou as primeiras músicas dos Strokes, no início dos anos 2000, e esteve no Brasil recentemente para gravar o primeiro disco da banda curitibana Audac.

(LR)

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Folha - O que achou quando ouviu a Audac pela primeira vez? Depois, com o disco pronto, como acha que contribuiu para a música dela?
Gordon Raphael - Na primeira vez em que eu ouvi a Audac na internet, achei que realmente tinham talento, gostei da atmosfera das músicas deles. Achei que tinham uma forte tendência ao eletrônico, uma pegada trip-hop moderna.
Era uma ideia um pouco errada, porque eu não percebi o quanto eram uma banda de rock até vê-los ao vivo, dois dias antes de gravá-los.
Então mudei tudo o que tinha planejado no estúdio para eles. Percebi que teria que capturar uma grande guitarra, um baixo pulsante e uma bateria poderosa, além dos sintetizadores e duas incríveis vozes.

Acha que a Audac poderia ter suas músicas tocadas em rádios americanas e inglesas? Ou fazer shows nessas cenas?
Acho que esse disco pode ser apreciado em qualquer parte do mundo. Musicalmente ele tem muito a oferecer! Há algumas músicas incríveis que tocariam facilmente nos EUA e na Europa, como "Brian May Coin" e "Dark Side", por exemplo.

Conheceu alguma outra banda brasileira além da Audac?
Conheço a Adam y Juliet, de que eu gostei muito!

Em 2000, 2001, como você se envolveu com os Strokes?
Conheci os Strokes em um clube bem pequeno, o Luna Lounge, em Nova York. Eles estavam tocando lá, e eu queria levar bandas novas de que eu gostava na primeira impressão ao meu estúdio novo, Transporterraum, que era bem perto do bar.
Convidei-os e gravamos três músicas para uma demo, que para minha surpresa acabaram lançadas como o EP "Modern Age", pela Rough Trade, de Londres. Foi aí que as coisas começaram a acontecer! Tudo mudou na minha vida e na deles depois que eu os conheci e depois que esse EP foi lançado. Sou muito grato a tudo isso.

Quando começou a gravar essas primeiras músicas dos Strokes que viraram o EP, percebeu que eles podiam mexer com a música jovem à época do jeito que mexeram?
Não tinha ideia de que alguém sequer ouviria uma música dos Strokes fora daquele estúdio. Achei que o mundo já estivesse cansado de música com guitarras, porque em Nova York, na época, tudo girava em torno de DJs, tecno e música pop bobinha (na minha opinião!). Fui pego de surpresa quando os Strokes viraram uma "sensação".

Existe espaço hoje na música para um "novo Strokes"?
Acredito que o próximo fenômeno da música vai aparecer na forma de um mistério e será inesperado. Adoro quando coisas que são estranhas e não "pegam" em um ano, de repente, ficam superimportantes no ano seguinte.Assim como foi com Beatles, Strokes, Mudhoney, Nirvana.
Sempre acho que o próximo fenômeno virá de um lugar novo e surpreendente!


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