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Análise

Fama de artista é resultado de opção por temas 'proibidos'

PAULO RAMOS ESPECIAL PARA A FOLHA

Pode-se dizer que Robert Crumb vive hoje os ecos do que protagonizou no passado. Muito da popularidade dele é herança de suas produções alternativas criadas a partir da década de 1960 nos Estados Unidos.

O desenhista despontou em um momento em que as histórias em quadrinhos norte-americanas caminhavam para uma simplificação temática, impulsionada por discursos que apontavam nelas temas proibidos ou nocivos às crianças.

Crumb pegou o caminho inverso. Seu objetivo era abordar justamente os temas proibidos: sexo, drogas, violência e situações que hoje poderiam ser rotuladas como politicamente incorretas pautaram as criações do autor.

Em vez de "comics", nome como os quadrinhos eram --e são-- conhecidos nos EUA, ele e seu grupo de autores optaram pela provocativa forma "comix". O "x" no final era para distingui-las das publicações comerciais.

Funcionou. As revistas de Crumb começaram a ser vistas como um sinal claro da contracultura da época. Tanto que encontraram um rentável ponto de venda: as "head shops", lojas destinadas ao público alternativo. Consolidava-se, assim, o movimento underground dos quadrinhos nos EUA.

As histórias encabeçadas por Crumb migraram rapidamente para outros países. No Brasil, eram publicadas na revista "Grilo" no começo da década de 1970. Pode-se medir sua influência por aqui em autores como Angeli.

Muito do que hoje se vê nos quadrinhos autobiográficos também tinha suas raízes nos trabalhos de Crumb. Ele próprio era personagem de parte de suas histórias.

A importância de Crumb é indiscutível, mas sua fama ainda está ancorada no underground norte-americano, mesmo ele tendo feito outros trabalhos nos últimos anos.


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