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Televisão

Política dá o tom em nova fase de 'Prófugos'

Com estreia na próxima semana, segunda temporada joga holofotes sobre o sistema penitenciário do Chile

Cenas de violência não darão trégua ao espectador; 'Essa é uma TV para gente grande', diz produtor da HBO

SILVANA ARANTES DE SÃO PAULO

Um incêndio na superlotada penitenciária de segurança máxima de Santiago (Chile) deixa 64 mortos e aumenta a pressão sobre o presidente do país, que está com a popularidade em queda livre por sua inabilidade em lidar com protestos estudantis.

A prisão e o palácio são duas vertentes da segunda temporada de "Prófugos" (fugitivos), que estreia no próximo dia 15, na HBO.

"Quis promover uma fricção com a realidade para fazer algo que tenha perspectiva política e social", diz o produtor e diretor Pablo Larraín.

Em nome dessa "fricção", Larraín filmou sem alívio para o espectador cenas de espancamento, tortura, estupro, assassinato --episódios correntes na rotina dos três prófugos' remanescentes, que começam a segunda temporada confinados na prisão.

"Prófugos' é um passeio no parque, comparado com o que ocorre nos presídio de São Paulo", afirma o diretor. A opção por carregar nas tintas da violência, diz o produtor da HBO Roberto Rios, deve-se ao fato de que "essa é uma TV para gente grande, não é uma TV aberta".

Ele afirma ainda que "é preciso ter um mínimo de credibilidade na ação. Se você quiser criar uma situação em que os personagens vão a situações extremas, não pode ter uma prisão com três fulaninhos trocando piadinhas".

Enquanto Moreno (Luis Gnecco), Tegui (Benjamín Vicuña) e Vicente Ferragut (Néstor Cantillana) tentam sobreviver atrás das grades, o traficante Don Freddy (Alfredo Castro) se instala no Atacama e procura se libertar de seus monstros interiores aderindo à receita de um mestre xamanista --"Para se curar no deserto, é preciso atravessá-lo".

Don Freddy e Laura (Branca Lewin), a traidora no clã Ferragut, compõem o terceiro pilar narrativo da série, que retoma o hábito de explorar a variada paisagem natural chilena de norte a sul.

"O interessante de filmar em lugares extremos é que a paisagem cumpre um papel. Não é um pano de fundo bonito. Ela muda a sua atuação", afirma Cantillana.

"Nas cenas de ação no Atacama [deserto de altitude], faltava ar. No glaciar de Torres del Paine, você quase morre de frio."

Os rigores climáticos das gravações são um inconveniente pequeno para Gnecco diante da mudança que a série trouxe à sua carreira.

"Tive a oportunidade de fazer um tipo de personagem a que normalmente não tenho acesso. Na TV, sempre fiz o mesmo personagem, o cara simpático, leve, da comédia."


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