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Rock in Rio 2013

Baião de 2

A partir de amanhã, encontros de bandas no palco secundário devem trazer surpresas dentro da programação do festival

THALES DE MENEZES ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK

Enquanto o palco Mundo, o principal do Rock in Rio, escala a partir de amanhã nomes famosos para garantir a lotação de 85 mil ingressos diários no festival, é num palco menor, o Sunset, que a sedução do público funciona de outra forma. A atração se dá pela surpresa, pelo resultado de combinações inusitadas.

Os shows programados ali são, quase todos, encontros entre dois artistas ou bandas. "A gente procura muito o ineditismo e a realização de um momento único, meio mágico", diz à Folha o músico Zé Ricardo, numa conversa em um estúdio musical no Brooklyn, em Nova York, há duas semanas.

O único instrumento que ele tem nas mãos é um celular, que utiliza freneticamente. Não é o músico que está ali, mas sim o curador do palco Sunset. O som que sai das caixas acústicas ajuda bastante a explicar o que ele define como "meio mágico".

Os acordes são de "Vooddoo Child", clássico roqueiro de Jimi Hendrix (1942-1970). Soam encorpados, com um peso de baixo e bateria que dá uma nova assinatura à canção. Talvez Hendrix aprovasse as variações, principalmente o vocal feminino poderoso que enche o estúdio.

Essa usina sonora é formada pela banda americana de rock Living Colour e pela cantora africana Angélique Kidjo. Eles estão num dos raros ensaios que preparam a apresentação que fazem amanhã, encerrando a primeira noite do Sunset no Rock in Rio 2013.

Surpreende mais ainda descobrir que esta é a primeira empreitada desse combo. A ideia de juntá-los veio para Zé Ricardo num estalo, ao ouvir as versões que cada um já tinha gravado da música de Hendrix.

"Não foi um convite, foi uma bênção", define o baixista do Living Colour, Doug Wimbish. "Logo de cara pensamos que sairia algo bom, mas isso que você acabou de ver aqui supera qualquer expectativa."

VELHOS CAMARADAS

O que o repórter tinha acabado de ver era uma série de músicas intensas, para fazer qualquer plateia dançar. Mas Wimbish se referia a algo mais interessante do que esse "rock afro" do ensaio. O clima entre os músicos é de velhos camaradas.

Angélique rebatia com humor genuíno as pirraças do vocalista Corey Glover. Como todos, estavam se divertindo à beça. Até o virtuoso guitarrista Vernon Reid, um tanto sisudo e dando pinta de muita concentração, era arrastado para as brincadeiras.

Claro que ajuda reunir artistas acostumados a colaborar com outros. Numa carreira que vem entre altos, baixos e um período de separação desde o hit "Cult of Personality", em 1988, os músicos do Living Colour habitualmente se espalham por projetos paralelos.

Angélique, 53, faz da mistura da música de seu país, Benin, com outros sons a base para uma longa e premiada lista de discos. Entre parcerias forjadas em estúdios pela planeta estão nomes como Dave Matthews, Bono, Peter Gabriel, Herbie Hancock, Carlos Santana e muitos brasileiros, como Carlinhos Brown, Daniela Mercury e Gilberto Gil.

"Se os parceiros são bons, a música sai boa", diz Angélique, que aponta para os músicos do Living Colour. "E esses aqui são ótimos."


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