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Beatriz Bracher explora os limites da literatura

Autora paulistana reúne nove contos escritos desde 2009 em 'Garimpo'

Obra inclui narrativa com trechos de papiros egípcios, diálogos virtuais e história de amor a quatro mãos

RAQUEL COZER COLUNISTA DA FOLHA

Uma narrativa com trechos literais de papiros egípcios convive com outra feita a partir de um diálogo virtual, no estilo "n sei kem vose eh" "yeh, i dont know you too". Um conto de três páginas abre o volume, que termina com outro de quase 40 delas.

No novo livro de Beatriz Bracher, "Garimpo", a unidade está na habilidade de explorar limites da literatura.

Escritos de 2009 a 2012, os nove contos mostram uma escritora disposta a arriscar, seja numa trama de amor a quatro mãos (escrita com Noemi Jaffe, cada uma respondendo por um lado do casal), seja simulando rascunhos, como no conto que dá nome ao livro.

Boa parte deles foi feita sob encomenda de jornais e revistas como Folha, "Serrote" e "Granta". "Aceito a encomenda se tiver a ver comigo e com o que penso sobre literatura. Quando funciona, são desafios bons. Tenho de pensar no assunto, na forma de abordá-lo, na estratégia narrativa", diz a paulistana, 52.

"Michel e Flora", o conto na forma de diálogo virtual, é um exemplo. Foi pedido pela revista "Cult", em 2011 --uma história sobre jovens que se passasse daqui a 50 anos.

"Pensei não só no mundo físico, mas em aspectos que seriam atemporais, usando para isso uma linguagem radicalmente diferente da que temos hoje em literatura.".

Outros contos, como "Garimpo", estavam iniciados quando foram ao encontro de encomendas --no caso, da "Granta", que pediu um texto sobre situações extremas. Em prefácio ficcional, explica-se que era um diário de viagem de uma escritora morta num acidente de avião.

"Eu tinha anotações de uma viagem a um garimpo e estava guardando. O formato bruto, de algo inacabado, funcionou para tratar do conflito de um estrangeiro em um lugar estranho", argumenta.

Com a obra agora toda em e-book, Bracher expande ainda fronteiras territoriais. É uma dos 70 autores da delegação brasileira na homenagem ao país na Feira do Livro de Frankfurt, a maior do gênero no mundo, em outubro.

Lançará por lá seu elogiado "Antonio", romance de 2007 que também acabou de sair no Uruguai.


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