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Venezuelana mostra virtuosismo ao piano

Conhecida por habilidade no improviso, Gabriela Montero se apresenta hoje e no sábado na Sala São Paulo

No programa, 'Três Intermezzi', de Brahms, 'Fantasia em Dó Maior', de Schumann, e parte só com improvisação

JOÃO BATISTA NATALI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A pianista venezuelana Gabriela Montero, 43, que se apresenta hoje e sábado em São Paulo, é uma intérprete singular pelo refinamento na interpretação e, sobretudo, pelo extraordinária capacidade de improvisação.

Instrumentistas do século 19 já improvisavam a partir de um tema melódico conhecido. Mas, com o tempo, essa aptidão foi se perdendo. O grande pianista, por exemplo, é aquele que hoje "apenas" interpreta com competência uma sonata ou um concerto para piano e orquestra.

Em suas duas récitas, Gabriela Montero fará, na primeira parte, os "Três Intermezzi, Op. 117", de Brahms, e a "Fantasia em Dó Maior, Op. 17", de Schumann. Na segunda, improvisará.

A pianista, que é para o repertório de concerto o que Keith Jarrett é para o jazz, disse em entrevista à Folha que "improvisar não é algo que se aprende, pois se traz dentro de si para presentear os que estão ouvindo". Uma improvisação é "singular, única, que jamais será refeito", e que, de certo modo, "é a expressão da liberdade".

O último de seus cinco CDs, "Solatino" (2010), é justamente um longo exercício de improvisações, que também estão presentes nas gravações em que apresenta Bach, Chopin ou Liszt e toma em seguida frases desses compositores para longas variações.

Uma sugestão: ouça, no YouTube, como ela trabalha, "à la Bach", o primeiro tema do "Concerto nº 3", de Serguei Rachmaninoff.

A pianista, nascida em Caracas, foi solista pela primeira vez com orquestra aos oito anos, estudou nos Estados Unidos e na Inglaterra. Já foi regida por Claudio Abbado e Leonard Slatkin. É há 12 anos foi convidada para o Festival Martha Argerich, em Lugano.

Seus próximos projetos, diz, será o de improvisar, em Berlim, uma trilha sonora para "Nosferatu" (1922), de F. W. Murnau, e compor duas outras trilhas que lhe foram encomendadas.

Também lançará em CD "ExPatria" --peça para piano e orquestra que estreou em 2011--, uma composição tensa, melancólica, escrita para exprimir "o ultraje pela violência e corrupção na Venezuela". A obra é dedicada a dois amigos, que ela apresenta como prisioneiros políticos do regime bolivariano.


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