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Foco

Dos EUA, radialista leva música brasileira a mais de cem países

FERNANDA EZABELLA DE LOS ANGELES

Caetano Veloso, Gilberto Gil e Ivan Lins ainda nem eram grisalhos nas inúmeras fotos que compõem o mural no estúdio de Sergio Mielniczenko, paulistano radicado nos Estados Unidos que lidera, há 35 anos, um programa de rádio de música brasileira transmitido por cerca de 40 estações americanas e em mais de 100 países.

O "Brazilian Hour" (hora brasileira), feito em inglês, português, mandarim, espanhol e francês, é produzido pelo Consulado-Geral do Brasil em Los Angeles, que neste mês organizou uma festa para celebrar o aniversário do programa, com shows de Dori Caymmi e Maracatu Nação Estrela Brilhante.

Mielniczenko veio para a cidade estudar rádio e televisão aos 20 e poucos anos, no começo dos anos 1970, quando os hippies ainda pegavam carona na Hollywood Boulevard e estrelas de cinema frequentavam o clube Brazilian Bossa, hoje extinto.

Em 1978, pouco depois de ele arranjar um emprego no consulado do Brasil, uma estação de rádio local procurou o órgão para a produção de um programa de música brasileira, tarefa abraçada por Mielniczenko.

Três anos depois, o "Brazilian Hour" passou a ser distribuído nacionalmente via satélite para rádios americanas, com verba do Ministério das Relações Exteriores.

"Na primeira semana já tínhamos 20 estações nos Estados Unidos", lembra Mielniczenko, que chegou a ter dois selos e lançou o grupo baiano Olodum no país.

PRECONCEITO

Bossa nova, choro, sertanejo e música instrumental ganham espaço no programa, que recentemente entrevistou em inglês Ivete Sangalo e Gilberto Gil.

Rock brasileiro, no entanto, ainda sofre preconceito nas ondas gringas.

"Resolvi tocar mais rock muitos anos atrás e estações cancelaram o 'Brazilian Hour'. Perdi uma estação de grande importância em San Francisco por causa disto. Fiquei mais cauteloso", conta o produtor.

Meilniczenko já tinha alguma intimidade com o gênero. Quando morava no Brasil, frequentava a turma do rock e era amigo dos Mutantes.

"É música dos americanos e eles não entendem a letra do rock brasileiro", explica. "Tento mostrar aquilo que eles gostam e aquilo que eles não conhecem. Tem que ter o novo."

O programa está disponível em aplicativos de celulares e na internet (www.brazilianhour.org). A atração aparece entre as 100 mais ouvidas entre as 5.000 estações da rede Live365.


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