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Moda tenta apagar crise com excessos e tecnologia

Minimalismo das vacas magras dá espaço para o 'over' da bonança

Feira em Paris com empresas têxteis apresenta relevos em 3D, pontos de luz e imagens fantasiosas

PEDRO DINIZ ENVIADO ESPECIAL A PARIS

O desfile de verão 2014 da Prada, em Milão, na semana passada, dividiu opiniões. O de Marc Jacobs, em Nova York, também. Poucos entenderam o que a grife italiana e o designer americano queriam dizer com tantas camadas, cores e aplicações em tecidos distintos como o neoprene e a seda.

A indústria aponta respostas. Na 40ª Première Vision, feira em Paris com as maiores empresas têxteis do mundo, excesso de imagens fantasiosas, brilhos espelhados e técnicas manuais sobre tecidos tecnológicos indicam um cenário de pós-crise financeira para o próximo ano.

Sai a limpeza minimalista do período de vacas magras, entra o "over" da bonança.

Segundo Pascaline Wilhelm, diretora de moda da feira (entre 17/9 e 19/9), a tendência imposta pelo mercado perde importância.

"A indústria têxtil já percebe esse momento de transição e direciona o olhar dos estilistas para o desejo das pessoas na personalização", diz Wilhelm, espécie de guru do setor têxtil que identifica, a partir das propostas dos designers, os rumos da moda.

"A fusão do manual com a tecnologia no vestuário exemplifica essa necessidade de manipular a matéria."

Para parte dos 766 expositores da Première Vision, os caminhos para o inverno 2015 incluem, por exemplo, o uso do 3D. Japoneses, franceses e italianos defendem relevos e pontos geométricos que saltam do corpo.

A geometria, aliás, deve migrar das estampas para as tramas (conjunto de fios que, juntos, formam o tecido).

Nesta temporada, os grafismos aparentes ainda martelaram na cabeça dos estilistas. Mas, se depender dos designers têxteis, cubos, losangos e listras se entrelaçarão em linhas quase imperceptíveis nas tramas.

"Os tecidos, mais que nunca, são o ponto de partida para os criadores", explica o estilista italiano Alessandro Sartori, diretor criativo da Berluti, grife do grupo francês LVMH, dono das etiquetas Louis Vuitton e Givenchy.

Sartori participou, ao lado do estilista mineiro Victor Dzenk, do júri do prêmio PV deste ano, que consagrou o uso do neoprene, do tecido dupla face e do corte a laser nos tecidos mais inovadores.

Para Dzenk, essas novidades devem demorar para chegar às mãos dos estilistas e do consumidor nacional. "Altas taxas de importação inviabilizam a entrada desses tecidos no país. Ficamos de mãos atadas, porque também há pouco investimento em tecnologia no Brasil", diz Dzenk.


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