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Crime inspira suspense versão nacional

'O Lobo Atrás da Porta' foi premiado no exterior; no Brasil, história 'forte' sofreu resistência dos produtores

Filme com Leandra Leal é um dos destaques no Festival de Cinema do Rio; sua estreia aqui será só no ano que vem

RODRIGO SALEM DE SÃO PAULO

A obsessão por um crime nunca termina bem. Mas não foi o que aconteceu com o diretor Fernando Coimbra. Desde que leu uma matéria na extinta revista "Manchete", há 13 anos, o cineasta é assombrado por um caso de assassinato ocorrido no Rio, durante a década de 1960.

"Pesquisei, fui na Biblioteca Nacional atrás de documentos históricos e fiquei obsessivo", admite o diretor paulista. O resultado dessa "loucura" é "O Lobo Atrás da Porta", parte de um gênero incomum na filmografia brasileira: o suspense.

"Senti que há uma resistência a histórias mais fortes no Brasil. Ouvi de produtores que meu filme era forte e ninguém ia querer ver", reclama o estreante em longa. "Acho que você pode fazer tudo no cinema. Existiram thrillers aqui, mas a maioria é imitação do produto americano."

Apesar da má vontade dos produtores, "O Lobo Atrás da Porta" está sendo exibido no Festival do Rio, após ter sido selecionado para o Festival de Toronto e premiado em San Sebastián (Espanha).

O filme, passado nos dias de hoje, conta a história do desaparecimento de uma menina pelo ponto de vista de duas pessoas: o pai (Milhem Cortaz) e da amante (Leandra Leal).

Aos poucos, a teia de segredos e relações sexuais (falsas e reais) se desmancha até culminar em um fim corajoso que deixaria Nelson Rodrigues orgulhoso. "Quando estava fazendo o longa passado nos anos 60, o roteiro tinha uma pegada mais rasgada, mas acabou ficando mais seco e contido", diz Coimbra.

O longa foi filmado em 2011 por R$ 1,5 milhão e demorou quase dois anos para ser montado por falta de verba. Ironicamente, Juliano Cazarré, que faz um delegado, e a própria Leandra Leal ganharam mais destaque na Globo.

"Temos chances de pegar o público alternativo e uma plateia que gosta de uma história comercial", afirma Coimbra, que deve ver seu filme estrear em circuito apenas em 2014.


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