Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Música

Osesp abre turnê europeia sob aplausos

Em seu primeiro concerto na Salle Pleyel, em Paris, orquestra agrada ao público com a 'Sinfonia nº 1', de Mahler

Apresentação teve o pianista Nelson Freire como convidado e o escritor Luis Fernando Verissimo na plateia

LUCAS NEVES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS

A Osesp alistou uma engenhosa "Fantasia sobre o Hino Nacional Brasileiro" e os predicados do pianista Nelson Freire para estrear na Salle Pleyel, endereço parisiense sinônimo de excelência musical que, em quase 90 anos, já acolheu figuras como Igor Stravinsky (1882-1971), Louis Armstrong (1901-1971) e Daniel Barenboim.

Mas foi com a "Sinfonia nº 1" de Mahler (1860-1911), na segunda parte do programa de anteontem à noite, que os 110 músicos conduzidos por Marin Alsop arrancaram os aplausos mais entusiasmados da plateia, em um concerto que marcou a abertura da quarta turnê europeia da formação.

O périplo segue até o próximo dia 27 e inclui outras 14 datas, para um total de seis países e 13 cidades.

Há outras duas "catedrais" da música erudita na rota. A orquestra vai se apresentar pela primeira vez na sede da Filarmônica de Berlim e no Royal Festival Hall, em Londres (aqui com a participação do conjunto vocal The Swingle Singers).

Na segunda-feira, a Pleyel ficou cheia para receber o conjunto paulista. A uma hora do começo dos trabalhos, restavam apenas 200 dos cerca de 1.900 lugares postos à venda --e havia fila na bilheteria. O público era predominantemente de idosos.

Durante a última semana, a imprensa francesa saudou a chegada da orquestra com espaços e comentários generosos. No guia do "Figaro", o verbete sobre o concerto foi acompanhado da notação "corra para ver". Já o "Le Monde" publicou alentado perfil de Alsop.

Em entrevista à Folha, a regente disse que o repertório da turnê (combinação de peças canônicas de Chopin, Beethoven --ambas interpretadas por Freire-- e Prokofiev com partituras de Leonard Bernstein e dos brasileiros Camargo Guarnieri e Clarice Assad, além do já citado Mahler) busca um equilíbrio entre melodias familiares às plateias locais e obras que sirvam de "cartões de visita", ou seja, "que permitam julgar quão boa é a orquestra".

Estaríamos falando de um programa então moldado para os ouvidos exigentes da crítica especializada europeia, que em outras ocasiões fez ressalvas pontuais ao grau de refinamento sonoro da orquestra?

"Não. Se você tenta agradar aos críticos, é o começo do fim. Nunca é possível", afirmou Alsop. "Talvez ainda falte mesmo alcançar a perfeição, mas o que esses músicos dão em troca compensa fartamente isso. O que não quer dizer que não a buscaremos."

Ao fim da viagem, ela quer "que as pessoas, ao pensarem na Osesp, associem-na primeiro a grande orquestra' e só então se lembrem de que ela é brasileira". Emmanuele Baldini, spalla da formação desde 2005, dá a medida da expectativa dos músicos. "Há mais ansiedade desta vez. São três templos sagrados de uma vez. É preciso muito autocontrole."

Se depender da avaliação do escritor Luis Fernando Verissimo, que assistiu ao concerto na Pleyel, Alsop e sua tropa podem se tranquilizar. "Mahler é um teste para qualquer orquestra. E eles passaram com louvor."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página