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Análise - Livros
Obra densa, mas divertida é o legado de Oscar Hijuelos
Morto no sábado, escritor foi primeiro latino a ganhar o Pulitzer de ficção
Oscar Hijuelos, que morreu no último sábado ao sofrer um infarto enquanto jogava tênis em Manhattan, crava seu lugar na literatura como um autor que soube tratar temas difíceis com leveza.
Nascido em Nova York há 62 anos, ele é conhecido pelo sucesso popular de sua segunda novela, "The Mambo Kings Play Songs of Love". É o único de seus livros com tradução para o português disponível hoje no Brasil, "Os Mambo Kings Tocam Canções de Amor" (Editora Virgiliae, R$ 50, 384 págs.).
O livro transformou Hijuelos no primeiro escritor de origem latina a ganhar o prestigiado Prêmio Pulitzer para obra de ficção, em 1990.
Mas muita gente conhece a novela apenas por sua adaptação cinematográfica, "The Mambo Kings" (1992), de Arne Glimcher. Antonio Banderas e Armand Assante interpretam irmãos cubanos que tentam a sorte como músicos na Nova York dos anos 1950.
As características principais da prosa de Hijuelos são evidentes razões para o êxito do filme. O escritor recheia seus trabalhos com música, dança, sexo e paixões que eventualmente dão resultados trágicos, em tramas que enaltecem ou questionam os valores familiares caros aos latinos.
Dessa forma, Hijuelos cria um grande painel sobre as dificuldades de adaptação de cubanos, e latinos em geral, à cultura e à sociedade americanas. E retrata passagens densas, difíceis e até bem violentas, dentro de um cenário que não abandona um espírito festivo e caloroso de seus personagens.
O tema dos imigrantes está em outras obras, como sua estreia, "Our House in the Last World" (1983), "The Fourteen Sisters of Emilio Montez O'Brien" (1993) e seu mais recente romance, "Beautiful Maria of My Soul" (2010).
Uma de suas obras mais poderosas, lançada em 1995, "Mr. Ives' Christmas" conta a história de estudante em um seminário que é assassinado brutalmente. O episódio serve para Hijuelos elencar questões de fé.
Seu último livro lançado é um volume de memórias, "Thoughts without Cigarettes", de 2011, no qual a crítica reconheceu a mesma mistura de drama e diversão de suas ficções.
