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Crítica - Pop

Elton John grava canções desleixadas em álbum que não faz justiça a seu talento

THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

O fã brasileiro pode pensar que Elton John vive mais um período de evidência.

Ele esteve duas vezes no Brasil nos últimos três anos para fazer shows. Acaba de lançar um disco que entrou em terceiro lugar na parada inglesa. Mas essa atividade toda não é acompanhada por criatividade.

"The Diving Board", o novo álbum do cantor e pianista inglês que foi o maior vendedor de discos do planeta no início dos anos 1970, é uma grande decepção.

Aos 66 anos, Elton dividiu seu tempo nos últimos meses entre a turnê de comemoração dos 40 anos de seu maior hit, "Rocket Man", a recuperação de uma extração de apêndice, os cuidados com os filhos que ele e seu companheiro adotaram e a gravação deste "The Diving Board".

Parece que o trabalho no disco ocupou o último lugar na lista de prioridades.

Não que as canções sejam execráveis. São todas da dupla Elton/Bernie Taupin. Os dois escrevem juntos há quase 50 anos, numa parceria que talvez só seja superada no rock por Lennon & McCartney e Jagger & Richards.

Embora não entrem na lista das letras mais inspiradas de Taupin, há alguns bons momentos poéticos. O problema se concentra na execução.

Não há uma faixa em "The Diving Board" que possa ser encaixada numa lista das melhores de Elton John, mesmo que se trate de uma lista generosa, do tipo "as 50 mais".

Tudo passa a impressão de um grande rascunho. É como se Taupin tivesse mandado as letras e Elton dedilhasse um esboço de melodia ao piano e, pronto, vamos gravar.

Definitivamente, este não é um artista do qual se possa esperar algo mediano. Elton é o cara que conseguiu tocar piano com a fúria rock habitualmente notada em guitarristas.

Há três faixas instrumentais no novo álbum, "Dream #1", "Dream #2" e "Dream #3". Poderiam ser um sinal de que ele estivesse animado para criar melodias assobiáveis, algo em que ele é mestre.

Nada disso. São vinhetinhas sem brilho. Assim como as canções arrastadas que acompanham as letras de Taupin sobre maturidade, sentido da vida e amor.

"Oscar Wilde Gets Out" e "Can't Stand Alone Tonight", as melhorzinhas, poderiam ser elogiadas se produzidas por artistas incipientes. Para quem já fez "Slyline Pigeon" ou "Your Song", soam desleixadas. Como todo o álbum.


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