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Crítica - Comédia dramática

Minimalismo ressalta trama convencional de Rafael Primot

AS REVELAÇÕES NÃO SÃO FORTES O SUFICIENTE PARA SURPREENDER E NEM PARA CAUSAR REVIRAVOLTAS DRAMÁTICAS INTERESSANTES, IMPOSSIBILITANDO INCLUSIVE COM QUE OS ATORES SE SOBRESSAIAM

MARCIO AQUILES DE SÃO PAULO

"33 Dedos Bem Aquecidos" é uma peça de enredo. As histórias amorosas de seis personagens exóticos são o sustentáculo da montagem dirigida por Alexandre Reinecke.

Ao colocar em cena as peripécias de um malandro, uma stripper, um motorista, uma socióloga, um piloto e uma bailarina, o encenador escolheu dar um foco total ao texto de Rafael Primot.

Cada uma dessas figuras apresenta uma característica que determina a natureza de sua sociabilidade, limitada seja por um membro amputado ou por hábitos secretos.

Reinecke optou por uma encenação minimalista que fizesse metáfora a essas barreiras. Ocupam o palco apenas seis cubículos pretos, ora habitados ora manipulados pelo elenco, e uma cadeira. Praticamente não há acessórios ou objetos de cena.

Os efeitos de luz e som são reduzidos e a estrutura dramática valoriza os apartes individuais, quando os personagens definem-se ou expõem seu pensamento ao público, e o diálogo em duplas.

Esse sistema nuclear aglutina a atenção dos espectadores para as falas, colocando em evidência absoluta a dramaturgia de Primot, que desta vez não decolou.

TEXTO EM CENA

O reconhecido talento do autor, já agraciado com o Prêmio Shell e outras honrarias, não se concretizou em potência cênica nesta montagem em que ele também atua.

O argumento original, se não preza pela originalidade dos papéis, ao menos oferecia maiores possibilidades do que as exploradas por ele.

Os personagens são meio cabotinos, não deixam de ser caricaturas de si próprios.

As revelações que surgem não são fortes o suficiente para surpreender e nem para causar reviravoltas dramáticas interessantes, impossibilitando inclusive que os atores se sobressaiam.

Apesar de singela e "fofa", a trama é insossa. Talvez funcionasse melhor como comédia romântica de cinema, mas dentro da linguagem teatral a história não atinge uma dramaticidade convincente.


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