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Serra Pelada fica menos sangrenta na tela

Heitor Dhalia mistura bangue-bangue com filme de gângster, mas diz que suavizou rotina de mortes no garimpo

Wagner Moura, depois de desistir de ser o protagonista, rouba a cena como um matador careca e de bigode

DE SÃO PAULO

Quando a Folha visitou o set de filmagens de "Serra Pelada", ano passado, o diretor Heitor Dhalia já avisava: "É uma mistura de faroeste com filme de gângster". A promessa foi cumprida.

O filme de R$ 10 milhões, o segundo maior orçamento do ano no Brasil, atrás apenas de "O Tempo e o Vento", traz todos os elementos de um bangue-bangue (tiroteios, a linda prostituta presa ao vilão, terra sem lei) com pitadas de "Scarface" (a obsessão pela riqueza ilícita).

"A realidade era mais violenta em Serra Pelada do que a mostrada no filme. Eram muitas mortes no garimpo. Eu poderia ter feito um longa mais violento", diz Dhalia. "Mas se eu entrasse muito nas histórias de crime, eu ia sair do foco do garimpo."

Neste caso, o foco ficou em Juliano (Juliano Cazarré) e Joaquim (Júlio Andrade), amigos de infância que saem de São Paulo nos anos 1980 para tentar a sorte no recém-descoberto garimpo de Serra Pelada, no Pará, que se transformaria no maior do mundo.

O primeiro é o troglodita da dupla, protegendo o mais fraco. O segundo é professor franzino em vias de virar pai, mas sem dinheiro para sustentar a família. Aos poucos, os dois começam a ascender no formigueiro humano do garimpo e passam a bater de frente em diversas questões.

"Serra Pelada" seria filmado no Pará, mas precisou se adiado por três meses e transferido para o interior de São Paulo --apenas algumas cenas foram feitas em Marabá.

"Parecia quase impossível de ser feito. Tudo foi complicado: como recriar o formigueiro, a logística de filmar perto do local original, o roteiro", conta Dhalia. "Foi tenso, mas agora estou aliviado."

Principalmente porque o filme deve render uma bela bilheteria. Além de sair em cerca de 300 salas, número bom para um lançamento fora das comédias, a ação é bem filmada, há a presença de Wagner Moura, que, careca e de bigode, rouba a cena como o assassino Lindo Rico --ele interpretaria Juliano, mas conflitos de agenda o impediram de assumir o papel.


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