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'Arca de Noé' é relançado com novas vozes

Projeto do CD é de Susana Moraes, filha de Vinicius, Adriana Calcanhotto e Dé Palmeira, ex-Barão Vermelho

Ideia é usar artistas que são relevantes atualmente; primeiras versões foram gravadas no início dos anos 80

LUIZ FERNANDO VIANNA ESPECIAL PARA A FOLHA

Ao menos para quem era criança em 1980 e 1981, quando foram lançados os dois discos originais de "A Arca de Noé", pode ser difícil compreender por que fazer novas versões de músicas que se tornaram tão marcantes em suas primeiras gravações.

"Eu acho que as duas primeiras arcas' ficaram datadas", afirma Susana Moraes, primogênita de Vinicius e idealizadora do projeto.

"A sonoridade mudou muito de lá para cá. E achei que era bacana, para ganhar as crianças, usar artistas que fossem relevantes agora."

Daí, conclui-se, os convites a Seu Jorge e a Péricles, do Exaltasamba, para a faixa-título, interpretada há 33 anos por Milton Nascimento --os versos iniciais, antes lidos por Chico Buarque, agora estão a cargo de Maria Bethânia.

E os convites a artistas que não foram favorecidos pela comparação com o passado: Ivete Sangalo ficou com "A Galinha d'Angola", em que Ney Matogrosso brilhou em 1981; e Chitãozinho e Xororó com "A Corujinha", dilacerantemente registrada em 1980 por Elis Regina.

"Vi Chitãozinho e Xororó numa entrega de prêmio e gostei muito. E essa música me remete a meus tempos de fazenda, com os seus fins de tarde melancólicos", explica Susana.

O centenário de Vinicius contribuiu para que o CD fosse realizado, mas a ideia surgiu há sete anos. Desde então, Susana, Adriana Calcanhotto e Dé Palmeira --ex-baixista do Barão Vermelho e produtor do disco-- vêm buscando viabilizá-lo e imaginando quem cantaria o quê.

Zeca Pagodinho foi escolhido para "O Pinguim", mas preferiu "O Pato", que transformou numa música com a sua cara, bem diferente da ótima versão do MPB-4.

Em registro discreto, Chico Buarque cantou "O Pinguim", que foi de Toquinho em 1981.

Entre os destaques do CD estão "O Leão", com Caetano e Moreno Veloso refazendo a criação de Fagner, e "O Peru", com Arnaldo Antunes trazendo para seu estilo a música que Elba Ramalho lançou.

Gal Costa (com "As Borboletas"), Marisa Monte ("As Abelhas"), Mart'nália ("O Gato"), Orquestra Imperial ("A Foca") e Erasmo Carlos ("O Pintinho") são outros dos participantes.

ROUPAGEM ELETRÔNICA

Uma curiosidade é Maria Luiza Jobim dando roupagem eletrônica para "A Cachorrinha", que seu pai, Tom, musicou e gravou em 1981.

Calcanhotto, em sua versão Adriana Partimpim, pôs melodia nos versos de "O Elefantinho" e cantou com a competência habitual. E Miúcha e Paulo Jobim interpretaram com delicadeza "São Francisco", que seria de João Gilberto, mas ele não apareceu no dia previsto.

A outra homenagem a Vinicius preparada pela mesma gravadora, a Sony, arrisca menos. "A Vida Tem Sempre Razão", que deve ser lançado em novembro, conta com faixas em que os intérpretes são velhos conhecidos das músicas, previsibilidade que traz como vantagem o conhecimento da causa.

"Canto Triste" (com Edu Lobo), "Onde Anda Você" (Maria Creuza), "Você e Eu" (Carlos Lyra) e "Sei Lá" (Toquinho) estão nesse caso. E, como "bônus", "Garota de Ipanema" com Emílio Santigo (2000) e "Pela Luz dos Olhos Teus" com Miúcha e Tom Jobim (1977).

Produzido por José Milton, o CD abre com seu maior acerto: Chico Buarque em uma versão comovente de "O Amor em Paz", que ele nunca tinha gravado.

Nana Caymmi ("Janelas Abertas"), Joyce e Roberta Sá ("A Felicidade") e João Bosco ("Medo de Amar") estão entre os bons momentos do CD, que, por outro lado, tem Ana Carolina em "Eu Sei que Vou te Amar" e um Fagner um tanto exagerado em "Chora Coração".

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