Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Modéstia à parte

Ex-líder da banda The Smiths, Morrissey lança autobiografia recorde de vendas na Inglaterra

ANDRÉ BARCINSKI CRÍTICO DA FOLHA

O caso de amor dos britânicos com Steven Patrick Morrissey parece não ter fim.

Mais de 31 anos depois de a banda de Morrissey, The Smiths, lançar seu compacto de estreia, "Hand in Glove", o cantor de 54 anos ainda é capaz de provocar cenas explícitas de fanatismo.

Semana passada, admiradores madrugaram nas livrarias inglesas para comprar o primeiro livro de Morrissey, "Autobiography".

Resultado: quase 35 mil cópias vendidas em uma semana, batendo o recorde britânico para autobiografias musicais, que era de Keith Richards ("Vida"), com 28 mil.

Segundo o jornal "The Guardian", "Autobiography" é o segundo livro de memórias mais vendido na semana de lançamento na Inglaterra desde que a lista começou a ser compilada, em 1998 (o primeiro é de Kate McCann, mãe da menina desaparecida em Portugal, em 2007).

O lançamento de "Autobiography" teve todas as marcas da personalidade de seu autor: mistério, muito drama e uma boa dose de arrogância.

Pouco se falou sobre o livro antes do lançamento.

Tanto a editora, a Penguin, quanto o próprio Morrissey não deram maiores informações à imprensa. E muita gente estranhou o fato de o livro ter saído com o selo "Penguin Classics", uma coleção reservada a autores clássicos como Dante, Henry James, Dostoiévski e John Steinbeck.

O fato de a Penguin ter cedido à exigência do cantor e lançado seu livro de estreia em uma coleção reservada a obras-primas da literatura causou polêmica. O jornal "The Independent" afirmou: "O narcisismo tedioso do livro pode prejudicar o nome de Morrissey um pouco, mas arruína o de sua editora".

Ao ler "Autobiography", fica evidente que Morrissey não quis fazer nenhuma concessão comercial ou "jornalística". O livro não tem índice ou divisão por capítulos. Quem quiser alguma história sobre o guitarrista Johnny Marr, parceiro nos Smiths, terá de procurar página a página.

O cantor/autor surpreendeu também com as exigências para lançamentos em outros países: além dos lances em dinheiro, as editoras interessadas devem escrever "cartas de amor" para Morrissey, que supostamente serão lidas por ele e terão peso na decisão de quem leva o livro.

E o único comentário de Morrissey sobre a repercussão do livro foi um texto curto publicado em um site de fãs, em que o cantor fala sobre um trecho que relata um relacionamento com outro homem. "Infelizmente, não sou homossexual, sou humanossexual, atraído por seres humanos. Mas não muitos."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página