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Crítica serial

LUCIANA COELHO - coelho.l@uol.com.br

'Masters of Sex' surpreende em tema batido

A série se volta para a relação do par central, mas mantém em 2013 o furor da descoberta do sexo nos anos 1950

É difícil falar de sexo sem resvalar nos clichês, e é este o maior feito de "Masters of Sex", a série da Showtime sobre cientistas vanguardistas no estudo da sexualidade humana nos EUA dos anos 1950 que a HBO começou a exibir no início deste mês.

Com exceção da abertura, que ironicamente cola uma série de imagens-chavão evocando o ato sexual, a obra criada por Michelle Ashford sobre a era pré-revolução sexual consegue surpreender, cativar e angustiar mesmo lançando mão de arquétipos conhecidos em narrativas sobre um tema batido.

Sim, estão ali o médico cientificamente ousado e sexualmente reprimido, a divorciada liberada (inclusive economicamente), a prostituta sarcástica e pragmática, a esposa submissa prestes a explodir, o novato egocêntrico, o doutor galinha, o figurão gay enrustido --para ficar nos três primeiros episódios.

Mas nenhum deles soa falso, resultado de um roteiro adaptado e encenado lindamente a partir da biografia do obstetra William Masters e de sua assistente (e, SPOILER histórico, mais tarde sua mulher) Virginia Johnson; ele morto em 2001, aos 85, e ela, em julho deste ano, aos 88.

O livro de Thomas Maier (que já assinou uma biografia de alta voltagem sexual, a dos Kennedy), volta-se para o relacionamento entre o par central e para como ele se intercalou às pesquisas que elucidaram o sexo para uma geração de americanos.

A série também, sem contudo deixar de explorar o furor e a surpresa das descobertas, tanto para quem as perseguia como para quem vivia ao seu redor.

É verdade que isso foi visto na boa cinebiografia de 2004 de Alfred Kinsey, o sexólogo contemporâneo de Masters e Johnson que foi vivido no cinema pelo ator Liam Neeson.

"Masters of Sex", porém, ganha nas cenas de sexo (e mais ainda nas de falta de sexo), tão realistas e sutis, e no charme da produção de época, que rendeu comparações com a consagrada "Mad Men".

A alta tensão sexual entre o par central, vivido com graça por Michael Sheen (o entrevistador de "Frost/Nixon") e pela bonita Lizzy Caplan (de "True Blood" e "Freaks and Geeks"), mantém o espectador ansioso por mais.

Entre idas e vindas, a história acompanha Masters desde o início de sua pesquisa e observações na Universidade Washington em St. Louis (sul dos EUA), no final dos anos 1940, deixando entrever uma vida pessoal cheia de turbulências latentes, sobretudo após cruzar com a da ex-cantora Johnson.

O trabalho conjunto, além de um casamento e muitas brigas, renderia o compêndio "Human Sexual Response" e um punhado de livros sobre comportamento sexual e afetivo.

A dupla parece continuar a ter fãs. Nesta semana, com apenas quatro episódios exibidos nos EUA (e três no Brasil), a série foi renovada para outra temporada de 12 capítulos no ano que vem.


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