Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Mostra reencena pioneiros das artes visuais

'Expoprojeção 1973 - 2013' reúne obras de artistas como Lygia Pape e Cildo Meireles

FABIO CYPRIANO CRÍTICO DA FOLHA

Há 40 anos, a "Expoprojeção73", com curadoria de Aracy Amaral, inaugurou a apresentação de filmes e audiovisuais no circuito das artes plásticas. "É um evento precursor", define Solange Farkas, que dez anos depois criou o festival Videobrasil.

Essa mostra histórica está agora sendo reencenada, no Sesc Pinheiros, como "Expoprojeção 1973 "" 2013", com curadoria de Amaral e de Roberto Moreira S. Cruz, idealizador do evento comemorativo.

"É importante reapresentar uma exposição como essa para os jovens verem como se fazia naquela época. Há uma improvisação e uma espontaneidade naqueles trabalhos, como não se viu mais depois", diz Amaral à Folha.

A mostra em cartaz apresenta uma seleção de 28 artistas, dos 42 presentes em 1973, entre eles nomes essenciais da arte contemporânea (Cildo Meireles e Lygia Pape).

"Muitos trabalhos se perderam, alguns foram roubados e apenas um artista, o Artur Barrio, se recusou a participar, alegando que ele é um experimental", explica Amaral.

Além das obras históricas, a mostra ainda apresenta um panorâmica da produção brasileira nessa área, com obras de 18 artistas, incluindo uma inédita de Ricardo Carioba.

Uma das preciosidades da exposição, aliás, são os filmes de Raymundo Colares, que por 40 anos ficaram perdidos em uma gaveta de Aracy Amaral e foram agora restaurados para essa mostra.

Tudo começou em 1972, quando Amaral percebeu que diversos artistas estavam trabalhando com meios que não os convencionais. Artistas plásticos, por exemplo, produziam filmes em formatos como Super 8 e 16 mm.

Com a ditadura militar (1964-1985) em seu momento mais rígido, muitos artistas exilaram-se no exterior.

"O Hélio Oiticica vivia em Nova York, o Antonio Dias, em Milão, o Raymundo Colares, em Trento; por carta, eles me ajudaram muito a indicar artistas para a mostra e eles mesmos enviaram trabalhos", conta a curadora.

Alguns telegramas e cartas trocados com os artistas nessa época também foram incluídos na exposição.

A mostra teve tamanho impacto que, no ano seguinte, o curador Walter Zanini, então diretor do MAC-USP, organizou a exposição "Prospectiva 74", também dedicada a filmes e, em 1976, criou um núcleo de vídeo no museu.

"A exposição representa o momento em que as artes passam a trabalhar também com tempo e não ficam apenas baseadas na matéria, nas plásticas. É quando surgem as artes visuais", conclui Amaral.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página