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Em livro, Duvivier leva humor à poesia

'Ligue os Pontos' é o segundo volume de poemas publicado pelo ator do Porta dos Fundos e colunista da Folha

Com Antonio Prata, que também lança livro hoje, carioca fala sobre seu trabalho literário em evento em São Paulo

RAQUEL COZER COLUNISTA DA FOLHA

O ator e poeta Gregorio Duvivier, 27, diz que é a "galinha pintadinha" do canal de internet Porta dos Fundos.

Seus vídeos, avalia, têm humor quase infantil na comparação com os outros, mais anárquicos e escrachados, produzidos pelo grupo que desde 2012 atrai milhões de espectadores no Youtube.

Esse interesse por um humor mais poético é bem anterior ao formato que fez dele uma estrela virtual. Teve sua primeira aparição em 2008, quando saíram os poemas de "A Partir de Amanhã Eu Juro que a Vida Vai Ser Agora" (7Letras), obviamente com menos alcance que o programa de vídeos.

"Poesia em geral é considerada o supérfluo, o desutensílio', como diz o Manoel de Barros", comenta o escritor, colunista da Folha.

Mesmo assim, Duvivier resolveu tirar da gaveta versos dos últimos cinco anos e reuni-los em "Ligue os Pontos --Poemas de Amor e Big Bang" (Companhia das Letras), que será lançado hoje, em São Paulo, em evento do qual também participa Antonio Prata (leia nesta página).

Com o livro, Duvivier busca mostrar que a poesia não precisa ser oposta ao humor. "Quando você ri de algo, está se identificando. Assim como a poesia, o humor passa pelo afeto. E ambos têm de puxar os tapetes da certeza."

São pouco mais de 30 poemas curtos, como "no princípio era o verbo/ uma vaga voz sem dono/ vagando pela via láctea.// depois veio o sujeito/ e junto com ele todos/ os erros de concordância.". Os versos são sempre dispostos na forma de pequenos blocos de texto.

"Os poemas são todos quadrados, quase emoldurados. Não ligo para métrica, mas gosto desse formato. É como uma espécie de TOC de não pisar nas linhas brancas", ri.

O volume é dividido em duas linhas temáticas: "cartografia afetiva", com referências líricas ao Rio natal do autor, e "aprender a gostar muito", sobre amor.

Os poemas de amor são dedicados à atriz e cantora Clarice Falcão, 24, mulher de Duvivier e colega de Porta dos Fundos. "Foi ela quem me intimou a tirá-los da gaveta."

Com o poeta Paulo Henriques Britto, de quem foi aluno na faculdade de letras, Duvivier aprendeu que a gaveta é boa para a literatura. "Se um poema não resiste à gaveta, não resistirá à estante. É um tubo de ensaios: basta deixar um ano ou dois e ver no que dá. Às vezes melhora, mas em geral estraga."

No teste, muitos tiveram a validade vencida. "Eliminei uns 60 deles, com a ajuda dos editores, que são ótimos em jogar coisa fora", diz.


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