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BIS

Público de shows cresce, fazendo do Brasil parada obrigatória de turnês internacionais e palco de repetecos, caso do grupo Muse, que volta em 2014

THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

O nome da banda britânica de rock Muse é assunto nas redes sociais desde segunda, quando ela foi anunciada como atração do Lollapalooza Brasil 2014, em abril. Muita gente pergunta: "De novo?".

Surpreende que o grupo, um dos principais da cena roqueira atual, volte ao país para encabeçar um festival apenas sete meses depois de fechar uma das noites do último Rock in Rio, em setembro.

Por trás dessa "repetição" está um sinal de uma surpreendente consolidação do fluxo de shows internacionais no Brasil.

Desde 2010, o número de artistas estrangeiros que se apresentam por aqui cresce sem parar. A surpresa maior é isso acontecer mesmo quando grandes empresas promotoras de espetáculos passam por um período de instabilidade e reposicionamento.

Ao abrir a turnê do U2, em 2011, o Muse foi um dos 262 artistas estrangeiros que se apresentaram no Brasil naquele ano. Com o Rock in Rio, foi um dos 391 que agendaram shows em 2013. E é um dos 53 que já estão programados para 2014.

Este levantamento da reportagem da Folha leva em conta shows de todos os tamanhos, de apresentações intimistas em teatros a um Black Sabbath tocando para 77 mil pessoas no Campo de Marte, em São Paulo.

BOLHA

No início desta década, houve um período de forte crescimento desse mercado, com a volta do Rock in Rio em 2011 (após dez anos de hiato) e outros grandes festivais, como SWU, Planeta Terra e os "importados" Lollapalooza e Sónar.

Mas o fim do ano passado foi marcado pela discussão de uma "bolha" no mercado, espalhando a hipótese de uma saturação do público.

O gatilho dessa discussão foram os shows de Lady Gaga e Madonna no país, que não tiveram lotação total e só conseguiram vender boa parte de seus ingressos em promoções que reduziram pela metade o preço dos tíquetes.

Isso motivou também o debate sobre os valores dos ingressos, elevados em comparação aos preços praticados nos Estados Unidos e na Europa. Aqui, você chega a pagar R$ 700 por um lugar nada confortável na pista "VIP" de um estádio de futebol.

Esse cenário apontava para um mercado murcho este ano. Não foi o que aconteceu.

Não dá para falar em problemas para quem organizou um Rock in Rio lotado com 85 mil pessoas por dia ou para quem trouxe artistas que encheram estádios, como Beyoncé (recordista no ano com 230 mil ingressos vendidos), Black Sabbath ou Paul McCartney.

O ex-Beatle é o melhor retrato dessa consolidação. Ele veio ao Brasil nos últimos quatro anos, com sua estratégia de cantar em cidades diferentes a cada turnê. De 2010 a 2013, foram 11 shows abarrotados de público.

Assim, o país passa a ocupar a mesma posição de Alemanha, Canadá ou Japão, países que mais recebem shows de artistas americanos e ingleses de rock e pop. Os principais nomes da música incluem esses destinos em todas as turnês que fazem. E o Brasil parece ser agora uma parada obrigatória.


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