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Bolha estoura e setor vive concentração

NELSON DE SÁ DE SÃO PAULO

Os shows continuam e até crescem, mas as empresas de eventos ao vivo vivem fase de concentração, no Brasil.

Um dos protagonistas na última década, o executivo Leo Ganem, não se arrepende. "Você pega a onda, mesmo sabendo que vai estourar na sua cabeça. Não quer dizer que não vá surfá-la."

Ele muda de metáfora para sintetizar o que aconteceu: "A gente passou pelo período natural de uma bolha: ela cresce, estoura, e sobrevivem os que se posicionaram bem."

O que resume o período, diz Ganem, é o custo do dólar. Enquanto esteve baixo, proliferaram empresas, mas também os custos, até o estouro da bolha no ano passado, quando a moeda subiu.

"Embora tenham de trabalhar com dólar mais pesado, as sobreviventes não têm uma competição, um leilão tão acirrado pelos artistas", avalia, dizendo-se otimista.

Cita a Time for Fun (T4F) e em menor grau o Tom Brasil, "ambos velhos participantes", como empresas que "vão continuar vivas, com os seus shows internacionais". Também a agência financeira Bloomberg identifica concentração do mercado na T4F, com gradual absorção de atrações das concorrentes.

Ganem esteve até maio no comando da Geo, das Organizações Globo, uma das atingidas pelo estouro da bolha. Outra é a IMX, de Eike Batista, que chegou a ser colocada à venda em junho, depois de ter vencido a T4F num leilão pelo Cirque du Soleil.

Nos últimos dois meses, a T4F absorveu o festival Lollapalooza e o teatro Geo. E aestá interessada em adquirir a parte da IMX no Rock in Rio.

Pedro Assumpção, que dirigiu a Geo até dois anos atrás, quando deu lugar a Ganem, tem uma visão um pouco diversa do que aconteceu.

Também credita o início da onda ao dólar barato, que permitiu pagar "cachês antes quase inalcançáveis", e menciona ainda o "maior poder aquisitivo da classe média". Mas a "baixa" atual se deve menos à valorização da moeda e mais à saturação: "Artistas vieram três, quatro vezes, o que exaure o interesse".

Assumpção também avalia serem problemas transitórios e que "daqui a pouco se acha formato mais sustentável do que neste último ano".

Apesar do otimismo, tanto Ganem quanto Assumpção apostam em outras áreas para novos empreendimentos. Enquanto a Geo prepara seu último evento para o sorteio da Copa daqui a um mês, segundo a revista "Veja", os dois ex-presidentes acabam de lançar a Um Entretenimento e a Hollywood.TV Brasil.

A agência Um gerencia carreiras musicais --e não shows-- de padres, pastores e "ministérios de louvor, o que nós, seculares, chamaríamos de banda", diz Ganem. Nas suas contas, o setor cresce 30% ao ano. "O mercado de música cristã não está em declínio, pelo contrário, cresce tremendamente, junto com a população evangélica no Brasil."

Já a Hollywood.TV de Assumpção é um misto de agência noticiosa de celebridades e plataforma para anúncios. Nos EUA, o conteúdo é distribuído para redes como ABC e sites como o TMZ. "A ideia é associar às marcas brasileiras. Estamos falando, basicamente, de publicidade."


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