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Crítica - Drama

Protagonista de 'Ricardo 3º' humaniza vilão de Shakespeare

Chico Carvalho valoriza nuances do personagem em atuação memorável

MARCIO AQUILES CRÍTICO DA FOLHA

A montagem de "Ricardo 3º" dirigida por Marcelo Lazzaratto acerta ao colocar o texto de Shakespeare em primeiro plano. O autor inglês, como se sabe, foi soberano em traduzir para a linguagem teatral a psique humana.

Neste drama histórico, Chico Carvalho assume o papel de Ricardo, ávido por tomar o trono a qualquer custo. Para tanto, arma uma conspiração maquiavélica de dissimulação, assassinatos e perfídia.

A cenografia e o figurino simbolizam esse universo por meio de variações na paleta do branco (a pureza antes de ser corrompida), do vermelho (simbolizando a violência) e do preto (a morte).

O desenho de luz é direcionado aos atores, que ocupam ora um tablado circular no centro do palco, ora os corredores e andaimes do teatro.

As imagens e os efeitos sonoros reduzidos ao essencial concentram a atenção no protagonista, presente em quase todas as cenas da peça.

O desempenho de Chico Carvalho é extraordinário. Com uma projeção de voz exata e um estudo detalhado do movimento facial, consegue humanizar a vilania de Ricardo, despertando até a empatia do público, mesmo diante das atrocidades cometidas pelo seu personagem.

O resto do elenco varia entre o registro expansivo (Marcos Suchara, Renata Zhaneta) e introspectivo (Mayara Magri, Heitor Goldflus, André Corrêa). Na trama em que os foros público e privado se confundem, são os atores que deslindam a história.


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