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Crítica - Romance

Em 'Doctor Sleep', autor exibe as suas melhores qualidades

RODOLFO LUCENA DE SÃO PAULO

Stephen King finalmente produziu o livro que os fãs de suas histórias de suspense e terror esperavam há muito tempo: uma sequência de "O Iluminado", talvez mais conhecido do grande público pelo filme de Stanley Kubrick.

A terrível história da família enclausurada em um hotel, à mercê do pai bêbado e dos horrores que habitavam as entranhas do prédio --e o quarto 217, em particular-- foi lançada em 1976. Passados mais de 20 anos, em 1998, King ouviu de um leitor a pergunta: "Alguma ideia sobre o que aconteceu com o garoto de O Iluminado'?".

A resposta demorou uma década e meia: "Doctor Sleep". Lançado em setembro nos Estados Unidos (chega ao Brasil em 2014) e ainda presente nas listas de mais vendidos, mostra as qualidades de King.

Ali estão o ritmo veloz, as mudanças de perspectiva, as referências à cultura de massas e os avisos de que nem sempre as coisas são o que parecem --e, às vezes, não passam daquilo mesmo.

Como em outros livros, King despeja na trama muito da sua experiência. Drogado e alcoólatra por muitos anos, o autor ainda hoje frequenta eventualmente sessões dos Alcoólicos Anônimos. Pois é nos encontros do AA que o herói de "Doctor Sleep" acha ajuda.

Na história, Danny Torrance, o garoto com habilidades paranormais, já está na meia idade, e seu maior inimigo é o alcoolismo. Trabalha num abrigo para idosos e usa seu dom para ajudar na "passagem" dos hóspedes terminais --daí o título da obra.

Sóbrio, mas todos os dias sentindo o apelo da bebida, é chamado para ajudar uma garota adolescente, também "iluminada", que é perseguida por uma gangue de seres comedores de "aura".

Disfarçados de viajantes que rodam os Estados Unidos em trailers, os integrantes do True Knot (nó verdadeiro) são uma espécie de vampiros da alma. Em vez de se alimentarem de sangue, precisam de "steam", o gás que escapa do corpo quando os humanos morrem. Mas só vale a "aura" de "iluminados"; e o tal vapor é mais nutritivo se a vítima sofreu torturas brutais.

Os fãs de "O Iluminado" vão adorar as referências à obra, as revisitas ao hotel Overlook, as citações a eventos vividos por Danny e família. Não iniciados, porém, não ficarão perdidos: um bem fornido prólogo apresenta personagens e lança as bases para o drama que vai se desenrolar nas centenas de páginas seguintes (como sempre, King é prolixo e detalhista).


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