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Enrique Diaz usa quebra-cabeça para falar de maldade
Monólogo escrito pelo canadense Daniel MacIvor traça um retrato do fascínio humano pela natureza do mal
No seu primeiro solo, ator encarna 13 personagens sombrios, entre eles o de um filho que esquarteja o pai
Enrique Diaz compõe um retrato do fascínio do homem pela natureza do mal em "Cine_Monstro", seu primeiro solo, cuja estreia é sábado.
O ator e diretor define a obra escrita pelo autor canadense Daniel MacIvor como o lado B de "In On It" e "A Primeira Vista", outros textos do dramaturgo encenados por Diaz recentemente.
"As duas [peças anteriores]se irmanam ao retratarem o ser humano com uma espécie de boa vontade. Monster' é o oposto disso", afirma Diaz, que se desdobra em cena fazendo um filho que esquarteja o pai e outros 12 personagens sombrios.
Em "Cine_Monstro", cujo texto acaba de ser publicado (ed. Cobogó, 112 págs., R$ 30), facetas obscuras da humanidade ganham a forma de um corpo único. "Tem um pouco de composição, mas o que existe é sobretudo um fluxo", diz o artista.
Aparentemente não há relação entre os personagens. Cabe ao espectador cruzar as tramas. Como num jogo de quebra-cabeça, a plateia preenche lacunas.
"Quero manter a audiência comprometida e desperta. E quero que ela trabalhe também", frisa MacIvor, o autor.
Diaz já planeja aventurar-se pelo quarto texto de MacIvor, "Best Brothers", que terá leitura encenada com a presença do autor no dia 12 de dezembro. O ator pretende montar a peça em 2014 e transformá-la em série de TV.