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Crítica - Documentário

'Cidade Cinza' faz elogio ao trabalho de grafiteiros de SP

Filme mostra batalha de Osgemeos e outros artistas para colorir metrópole

SÉRGIO ALPENDRE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No início, "Cidade Cinza" parece um documentário sobre Osgemeos, artistas de rua que ganharam merecida projeção internacional.

Um deles diz coisas batidas sobre São Paulo: é uma selva de concreto, é tudo cinza, não tem praia onde se possa relaxar, blá-blá-blá.

Claro que ele tem suas razões, mas generalizações como essas servem sobretudo para dar conta de uma insatisfação impensada, encobrindo a diversidade que uma cidade grandiosa como esta não consegue esconder.

Afinal, não é só numa praia que se pode relaxar, e tem muito verde na cidade, para quem quer ver.

Depois do blá-blá-blá inicial, o documentário dirigido por Marcelo Mesquita e Guilherme Valiengo revela-se um elogio às cores e formas da arte de rua que tomou conta de São Paulo desde os anos 1980, graças a verdadeiros guerreiros que faziam sua arte efêmera (porque apagada dias depois) e valiosa.

A censura a essa arte urbana piorou com a Lei Cidade Limpa, do ex-prefeito Kassab, mantida na gestão atual.

Mas "Cidade Cinza" não é partidário. O filme se interessa apenas em mostrar a possibilidade de demagogia (no momento em que Kassab prestigia a inauguração de um mural) e a insistência no embelezamento dos muros da cidade.

Os caras vão lá, pintam, fazem obras de arte (algumas ruins), e uma equipe da prefeitura vai e apaga. Uma equipe que funciona como a crítica (que julga as obras), mas também como censura (pois não permite que as obras sequer existam).

E que caras são esses que vão lá e pintam, sabendo que seu esforço pode ser em vão? Alguns dos maiores expoentes de tal arte paulistana: Otávio e Gustavo Pandolfo (conhecidos como Osgemeos), Carina Pandolfo (Nina), Francisco Rodrigues (Nunca) e outros artistas mais jovens.

O filme ainda mostra a associação dos grafiteiros com o movimento hip-hop, tem trilha sonora interessante de Criolo e belas imagens aéreas de São Paulo, esta metrópole feia que se faz bonita para quem a conhece de fato.


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