Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Crítica - Artes plásticas

Em Panorama, MAM reflete a respeito de suas próprias falhas

Mostra expõe fragilidade do museu, que não tem onde exibir seu acervo

FABIO CYPRIANO CRÍTICO DA FOLHA

"Superposição de Quadrados", do uruguaio Pablo Uribe, é uma das peças mais representativas da 33ª edição do Panorama da Arte Brasileira do MAM-SP (Museu de Arte Moderna), com o título "P33: Formas Únicas da Continuidade no Espaço".

A instalação é composta por dois grupos de pinturas do museu: abstratas e figurativas. Ao esconder algumas obras, num ato radical de violação, Uribe revela a fragilidade do MAM: qual é o significado de um museu que não tem onde exibir seu acervo?

Com curadoria de Lisette Lagnado, "P33" configura não só uma sofisticada reflexão sobre a sede do MAM, como sobre a função do museu.

Assim, há várias obras de crítica institucional, como "Abertura" (2013), de Vivian Caccuri. Nesse vídeo, a artista apenas edita um registro documental de 1998, quando banqueiros entregam "Spider" (1996), de Louise Bourgeois, ao museu --ironicamente única obra exibida de forma permanente.

"P33" constrói-se, no entanto, com distintas estratégias: recupera o espaço original planejado por Lina Bo Bardi, mas usa cortinas coloridas de correntes de alumínio, obra de Daniel Steegmann Mangrané, para criar salas ao longo da mostra; exibe projetos utópicos de arquitetos convidados a pensar uma nova sede, mas resgata outros de Niemeyer, Affonso E. Reidy e da própria Lina.

A questão agora é qual a resposta que o MAM dará a essa reflexão. Continuar com obras escondidas, como fez Uribe em sua instalação, será fazer de conta que a mostra nem sequer aconteceu.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página