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Bailarina e músicos armam roda de dança

Público pode participar de coreografias com ritmos dos países da região dos Bálcãs

IARA BIDERMAN DE SÃO PAULO

O espectador é convidado a entrar em um espaço onde passa por experiências corporais para não só observar como também vivenciar a manifestação artística.

O conceito desenvolvido pelo artista plástico Hélio Oiticica (1937-1980) em suas obras "Penetráveis" é pegado de empréstimo pelo músico Gabriel Levy, do grupo Mutrib: "A roda é o penetrável da dança", diz.

No próximo domingo, ele estará no meio de uma dessas instalações dançantes, tocando músicas da região dos Bálcãs (sudeste da Europa).

Comandando a coreografia, a bailarina Betty Gervitz apresenta e ensina os passos que tradicionalmente acompanham essas músicas. Dança quem entra na roda.

"As coreografias são leituras de diferentes modos de vida por meio dos movimentos. Não é uma cópia exata, não sou folclorista. Mas o repertório resgata coisas ancestrais, que mobilizam as pessoas", afirma Gervitz.

A pegada étnica faz o espectador/participante sentir uma "nostalgia do não vivido", segundo Levy. E sair um pouco do que o músico chama de padrões eurocêntricos de arte e cultura.

"Os Bálcãs estão entre o Oriente e Ocidente. Suas músicas têm escalas e tempos diferentes, compassos assimétricos. Ouvir e dançar esses ritmos alarga a visão de arte da pessoa", diz Levy.

E também, ou principalmente, pode levar o público àquele território de prazer estético, existencial e corporal da dança pela dança.

"Agora tudo tem que ter um conceito, ser racional. Mas não é preciso nada disso para dançar. E a roda facilita, leva as pessoas. É libertadora. Por isso todo mundo se joga", afirma Gervitz.

Isso não quer dizer que essas danças étnicas sejam um balé simplificado. Há um leque enorme de opções, das coreografias bem fáceis às extremamente técnicas, segundo a bailarina.

"Mesmo quando os passos são simples, a organização corporal e a coordenação motora que dançar em círculo exige são extremamente difíceis. Já vi muito bailarino profissional se dar mal na roda."

Mas ninguém deve se dar mal no evento de domingo. "Eu quero colocar as pessoas em movimento. Se, na hora, precisar adaptar algum passo para todo mundo poder dançar, não tenho nenhum problema", avisa Gervitz.


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