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Criação de museus particulares é 'febre'

Com governos em crise, instituições privadas ganham influência, além de alimentarem alta de preços nas obras

Cresce o número de super-ricos que querem abrir seu próprio museu, diz consultor de colecionadores

DO ENVIADO À CIDADE DO MÉXICO

Museus de bilionários como o Jumex, na Cidade do México, ou o Crystal Bridges, que Alice Walton, a herdeira do Wal-Mart, construiu em Bentonville, nos Estados Unidos, ou mesmo o Instituto Inhotim, em Brumadinho, no interior de Minas Gerais, não vão parar de surgir tão cedo.

"Vai virar uma febre. Vamos ver muitos museus privados abrindo", diz João Correia, sócio da empresa de consultoria Art Options, que atende colecionadores. "É uma tendência. Já temos dois clientes pensando nisso."

São milionários que podem seguir os passos de Bernardo Paz, magnata do minério que transformou uma fazenda no maior museu a céu aberto no mundo, e João Carlos Figueiredo Ferraz, que abriu seu próprio --mais modesto-- instituto em Ribeirão Preto, no interior paulista.

"Isso não nasceu com nenhum grande objetivo de fazer algo de interesse público", diz Ferraz. "Uma hora só me dei conta que as coisas que mais me seduziam estavam guardadas em caixas."

Paz foi tão radical que em alguns casos pôs suas obras de arte no meio da floresta.

"Não comecei uma coleção para meus amigos. Isso é só acúmulo", diz o mineiro. "Queremos criar as condições para que as obras mais complexas possam ser exibidas em caráter permanente."

Nesse ponto, há generosidade nesses projetos faraônicos, que tornam visíveis ao público tesouros da arte até então pouco acessíveis.

Mas também é fato que, quando mostradas, essas peças se valorizam ainda mais. A coleção de Eugenio López, que tem 2.700 obras, já triplicou de valor segundo o próprio dono, saltando de R$ 186 milhões para R$ 558 milhões.

Cifras tendem a aumentar também com cada abertura de museu, num jogo de ostentação que turbina o mercado e transforma colecionadores em celebridades da vez.

É o caso do francês François Pinault, dono de dois museus em Veneza --um deles é um palácio restaurado pelo arquiteto japonês Tadao Ando. Pinault completou o pacote da fama ao se casar com a atriz mexicana Salma Hayek, mais um poderoso ímã de famosos para as suas festas.


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