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Pop erudito

Com meninos bonitinhos e 'energia do rock', grupos de música clássica chamam novos públicos

GUILHERME GENESTRETI DE SÃO PAULO

A cena: três cantores líricos entoam "O Sole Mio". Na plateia, fãs adolescentes berram e disparam seus flashes. Ou então, esta: dois violoncelistas sobem ao palco; o som que tiram dos instrumentos é de riffs do Guns N' Roses.

Com estilão de boy band ou porte de rockstar, os grupos Il Volo, 2Cellos e Blake embaralham as fronteiras entre popular e erudito e querem atrair para seus shows um público pouco acostumado com música clássica.

"Os concertos estão cada vez menos populares por causa da atitude sempre séria dos músicos: todos têm que ficar quietos. Nenhum jovem quer estar num evento assim", acredita o violoncelista Luka Sulic, da dupla croata 2Cellos.

"Os músicos eruditos ficam tão presos às regras que se esquecem de se comunicar com o público", diz ele à Folha.

Em novembro, Sulic e Stjepan Hauser fizeram três shows no Brasil que tiveram ingressos esgotados dias antes das apresentações. No repertório? Bach, Vivaldi, Nirvana, AC/DC e The Police.

BÊNÇÃO DE ELTON JOHN

"Nossa apresentação é de música clássica, com energia de rock", diz Sulic, 26. A dupla ganhou fama há dois anos com uma versão de "Smooth Criminal", de Michael Jackson, postada no YouTube.

De lá para cá, o 2Cellos lançou dois CDs, participou da série "Glee" e levou a bênção de Elton John, que disse sobre a dupla: "Não me lembro de nada assim tão excitante desde Jimi Hendrix".

Criadora do perfil brasileiro do 2Cellos no Facebook, a socióloga Ana Carolina Polessa, 28, diz que passou a ouvir música erudita graças à dupla de croatas. "Fui buscar a influência deles. Hoje fico mais no clássico que no pop".

Já o trio de cantores italianos Il Volo bebe da fonte de Plácido Domingo e companhia. Só que a apresentação deles lembra show da boy band One Direction --tem até fã sendo fisgada da muvuca para ficar ao lado dos ídolos.

"Se somos chamados de boy band só porque queremos romper os limites entre palco e plateia, então tudo bem", diz Piero Barone, 20, um dos tenores do grupo.


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