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Trio não sabe dizer se é pop ou clássico

Saída foi usar a definição de 'grupo harmônico', diz Stephen Bowman, da banda Blake, que vai de U2 a Puccini

Grupo lírico Il Volo vendeu um milhão e meio de discos; segundo compositor, proposta é 'mistura pasteurizada'

DE SÃO PAULO

Caçulas entre os eruditos com verniz pop, os cantores do Il Volo se conheceram há quatro anos, em um programa musical da TV italiana.

O primeiro álbum do trio ficou 75 semanas entre os mais vendidos de música clássica nos EUA, puxado pelo single "O Sole Mio".

Seus quatro discos venderam cerca de um milhão e meio de cópias no mundo, segundo a gravadora Universal.

"Eles têm essa pegada diferente: meio Elvis, meio Pavarotti", diz a universitária Laís Chiarato, 25, uma das fãs que se aglomeraram em um hotel em São Paulo para ficar perto dos italianos.

Com capacidade para 1.439 pessoas, o Teatro Bradesco teve todos seus ingressos vendidos nos quatro dias de apresentação em São Paulo.

Anteriores a Il Volo, os britânicos do Blake são cantores líricos formados em conservatórios da Inglaterra como o Royal College of Music.

Hoje um trio (o quarto membro saiu para ser ator), os integrantes têm pinta de galãs e volta e meia aparecem descamisados em revistas.

"Nunca chegamos a um acordo se somos um grupo pop ou clássico, então resolvemos nos definir como um grupo harmônico", diz Stephen Bowman, 34, à Folha.

O grupo intercala versões de U2 e Snow Patrol com repertório dos compositores Puccini e Mascagni. "As pessoas amam variedade. É o que elas têm em seus iPods, mas é raro encontrar isso num show", diz Bowman.

PUNKS DO VIOLONCELO

No Brasil, a mistura entre o popular e o erudito resultou num sexteto punk: o Six Rock Strings, em atividade desde o ano passado.

"Quem tem um perfil mais erudito não explora tudo o que pode usar do instrumento. A gente usa uns recursos agressivos: bate com o arco, dá porrada no violoncelo", diz Júlio Pelloso, 26.

Em novembro, seu sexteto (dois violistas, dois violoncelistas e dois violinistas) fez shows com a banda punk Inocentes, tocando covers de Ramones e Dead Kennedys.

Segundo o compositor e crítico Leonardo Martinelli, não é o cruzamento entre pop e erudito que vai chamar mais gente para a música clássica. "O problema é o ambiente meio sacro dos concertos", diz. "Muitos desses grupos viram coisa pasteurizada, tipo McDonald's querendo dar ar de culinária francesa a sanduíche."


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