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Ídolo do eletrônico, Moby não sai de casa

Depois de trocar Nova York por Los Angeles para se livrar do alcoolismo, músico diz que ficou caseiro e evita até turnês

Faixa de novo álbum do artista é sucesso na trilha de 'Amor à Vida', embalando o romance da personagem autista

CAROL NOGUEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES (EUA)

É irônico que a canção "The Perfect Life", de Moby, tenha conquistado os telespectadores da novela "Amor à Vida" (Globo, 21h) como tema do casal Rafael (Rainer Cadete) e Linda (Bruna Linzmeyer). A história de superação do advogado apaixonado pela garota autista parece cair como uma luva para o momento que o músico vive.

Há cerca de dois anos, Moby, que sempre foi conhecido por pregar um estilo de vida saudável e é seguidor da rigorosa dieta vegana, revelou que luta contra o alcoolismo.

Para tentar deixar a doença no passado, ele se mudou de sua cidade natal, Nova York, para Los Angeles, onde se tornou mais caseiro.

"Quando eu bebia, tudo o que eu queria era ficar acordado a noite toda bebendo e tomando drogas até 6h. Agora, estou mais feliz jantando com amigos em casa. Em São Paulo ou Nova York, todos moram em apartamentos pequenos, então as pessoas se encontram na rua. Aqui, você conhece alguém no quintal de casa", conta Moby.

Ele mora em um pequeno castelo encravado nas colinas de Hollywood Hills, abaixo do famoso letreiro. Foi no sofá de sua sala que ele recebeu a reportagem da Folha para falar, entre outros assuntos, sobre o hit que emplacou na novela e o seu novo disco, "Innocents", o 11º álbum de estúdio de sua carreira.

"Fico feliz que minha música seja usada em um romance autista. Estou familiarizado com essa condição. Trabalho com o Instituto para Música e Função Neurológica, organização de Oliver Sacks, que pesquisa como a música afeta o cérebro. Eles tiveram muito sucesso com pacientes autistas", diz.

TIOZINHO DO TECHNO

Há mais de duas décadas na cena eletrônica, Moby viveu na pele as transformações do gênero e sua ascensão nos Estados Unidos, onde hoje é quase tão popular quanto o country ou hip-hop.

"Eu gosto de escutar esse tipo de música quando estou dentro de uma boate a 1h da manhã, mas jamais ouviria em casa. A ideia de colocar electro house' para tocar às 9h, quando estou preparando o meu café, soa meio estranha", ironiza Moby.

Aos 48 anos, ele faz menções à idade aqui e ali. Diz, porém, não se incomodar com o envelhecimento. Entre suas novas resoluções está a de não fazer tantos shows --para divulgar "Innocents", por exemplo, o músico fez apenas três, todos em Los Angeles, a poucos metros de sua casa, para os quais foi a pé.

"Eu poderia fazer turnê oito meses por ano e tentar produzir discos para a Katy Perry, mas pra quê?", diz Moby.

Claro, ele é hoje um dos artistas de música eletrônica mais ricos do mundo, com patrimônio estimado em US$ 30 milhões (cerca de R$ 70 milhões), segundo o site Celebrity Net Worth. "Prefiro ficar em casa compondo. É criativamente mais satisfatório."

PROJETOS FUTUROS

Em 2014, o principal disco de Moby, "Play", faz 15 anos, mas ele diz que não deve comemorar a efeméride. Ao invés disso, se prepara para fazer algo em 2015, quando completa 25 anos de carreira.

"Quero lançar um disco com versões acústicas das minhas músicas, além de remixes e versões ao vivo."

No mesmo ano, diz que pretende fazer uma visita ao Brasil. "Lembro bem da primeira. Era uma turnê rave, em 1993, passei por Porto Alegre, Curitiba e São Paulo. Não tinha muitos clubes e nem cultura raver' ainda no Brasil... Foi um fracasso (risos)."

Ele também investiu recentemente em um restaurante vegano de Los Angeles, o Crossroads, que está fazendo sucesso entre as celebridades.


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