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Opinião

Aprisionado nas partituras da música erudita, estilo não evolui

THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

No jargão do rock, muitos gostam de chamar artistas veteranos de "dinossauros". E os grande donos da alcunha são os grupos de progressivo, os tiranossauros do gênero.

Porque o som progressivo, ao contrário da ideia que o nome possa transmitir, não progrediu absolutamente nada nos últimos 40 anos.

A mostra programada para o Rio escala artistas brasileiros e dois nomes internacionais realmente mesozoicos: o baterista inglês Carl Palmer e o idolatrado grupo italiano Premiata Forneria Marconi.

Quando surgiu, no final da década de 1960, o estilo às vezes era confundido com o som dos grupos psicodélicos que bombava desde 1966.

As semelhanças evidentes: o uso de teclados, as músicas longas e a ideia de escrever discos com algum conceito amarrando as faixas.

A semente real do progressivo está nos tecladistas que estudavam nas escolas de arte e, entre Brahms e Mozart, foram fisgados pelo rock.

Emerson, Lake & Palmer e Yes são os expoentes. A música erudita é fundamental na receita dessas bandas inglesas, mas seus tecladistas exibiram visões particulares.

Rick Wakeman, no Yes, compunha rock nos formatos estruturais da música de concerto, criando movimentos diversos dentro de uma faixa de muitos minutos. Ele levava o rock ao erudito.

Já Keith Emerson gostava de pegar peças de autores clássicos e desconstruir cada uma em versões furiosas. Ele levava o erudito ao rock.

Praticamente todos os nomes do progressivo trabalham assim. Veteranos e novatos se confundem numa confraria pouco expressiva.

Um show progressivo pode ser bacana, principalmente para ver um monstro como Carl Palmer. Mas não passa de um Jurassic Park do rock.


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