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Crítica drama

Filme com Catherine Deneuve expõe fim da beleza na velhice

DO CRÍTICO DA FOLHA

A durabilidade das estrelas de cinema teve sempre de lidar com as mutações na aparência e com o próprio envelhecimento, muitas vezes resolvido com a adaptação a papéis menos glamourosos e mais maduros.

"Ela Vai", estrelado por Catherine Deneuve, hoje com 70 anos, faz dessa transformação inelutável o eixo de uma ficção que gira em torno dos movimentos, voluntários ou não, que viver impõe a todos.

Logo no início, o filme toma como ponto de partida a imagem hiperconhecida da atriz francesa e, sobretudo, de seu corpo. Ela é mostrada de longe, de costas, como uma mulher comum que caminha numa praia. Quando se vira, vemos a beleza intacta de um rosto jovem, porém na forma anacrônica de uma foto em preto e branco.

Adiante, saberemos que ela se chama Bettie, é dona de um restaurante numa pequena cidade, vive uma relação superafetuosa com a mãe e outra, distanciada, com a filha.

Em crise, Bettie foge de casa e na estrada experimenta umas tantas peripécias etílicas, sexuais e sociais até que, por fim, passa a tomar conta do neto durante uma ausência da filha problemática.

A principal vantagem da estrutura de "road movie" é oferecer episódios em que se intercalam diversidade e humor e, ao mesmo tempo, funcionam como lições de vida, processos de aprendizado para a personagem.

Um episódio decisivo surge logo no início da viagem, quando um senhor convida a fugitiva a compartilhar um cigarro e a vemos mirar a dimensão concreta da velhice.

O reencontro da personagem com o passado ao reviver uma participação num concurso de miss oferece ao filme um fôlego maior.

Confrontada com essa experiência em que reconhece que beleza e vigor se foram, Deneuve assume a imagem na qual querer ser ou parecer jovem é pura perda de tempo. (CSC)

ELA VAI
DIREÇÃO Emmanuelle Bercot
PRODUÇÃO França, 2013
ONDE Cine Sabesp, Espaço Itaú Augusta e Playarte Bristol
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO bom


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