Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Mostra inspirada em furacão chega ao Rio

Exposição do MoMA, que reflete sobre estragos do Sandy, ganha versão carioca no MAM

SILAS MARTÍ ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Quando o furacão Sandy atingiu Nova York, o mundo da arte sentiu a tragédia bem de perto, já que dezenas de galerias do Chelsea, um dos bairros mais afetados pela tempestade, tiveram seus depósitos inundados.

Meses depois da tormenta, que varreu Manhattan em outubro de 2012, o MoMA abriu em seu anexo PS1 uma mostra sobre ecologia, ou melhor, sobre aquecimento global e forças imprevisíveis da natureza com o poder de gerar prejuízos de mais de R$ 1 bilhão à comunidade artística.

Agora, uma versão dessa mostra está em cartaz no Museu de Arte Moderna do Rio.

"É outro o furacão que passa pelo Rio", diz Klaus Biesenbach, curador do MoMA à frente da exposição. "Aqui tem menos a ver com o clima e mais com as mudanças econômicas que acontecem na cidade, com os Jogos Olímpicos, a Copa do Mundo e até eventos como o Carnaval."

Não é à toa que várias obras da mostra lidam, portanto, com desfiles, procissões e tudo aquilo que fica para trás no rastro das festas.

Um vídeo de Cao Guimarães e Rivane Neuenschwander, que integra a coleção do MoMA, mostra formigas carregando confetes coloridos na Quarta-Feira de Cinzas --um passeio melancólico que ilustra a ressaca dos foliões.

Noutra visão do avesso da festa, o norte-americano Matthew Barney filmou um desfile de Carnaval em Salvador do ponto de vista do eixo das rodas de um carro alegórico. Lá embaixo, um estranho personagem, todo enlameado, roça o sexo contra as engrenagens do caminhão.

Também revendo grandes eventos, o alemão Joseph Beuys saiu para varrer as ruas de Berlim depois de uma manifestação de sindicalistas em 1972, fazendo o trabalho braçal que caberia a imigrantes.

Famoso por sua ideia de escultura social, Beuys, morto em 1986, é um dos poucos artistas históricos da mostra, e serve de lastro conceitual para os trabalhos mais atuais.

Na esteira desse pensamento, Cinthia Marcelle filmou do alto um trator cavando um símbolo do infinito na terra vermelha, deixando mais fundo o buraco a cada passagem e revelando que a rota não muda, numa denúncia dos vícios do sistema.

Menos metafórico, o turco Halil Altindere transforma em clipe de rap uma canção de protesto contra os abusos da especulação imobiliária em Istambul, no rastro dos protestos do parque Gezi.

Nesse ponto, Istambul está mais perto do Rio pré-Olimpíadas do que se imagina.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página