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Sonhos inspiram decorações surrealistas na Coleção Folha
Vanguarda dos anos 1920 deu ares de fantasia a móveis e objetos
A maneira como sonhamos define o estilo surrealista, tema do volume da Coleção Folha Design de Interiores que vai às bancas no domingo (19).
O Manifesto Surrealista de 1924, redigido em Paris por André Breton (1896-1966), deu voz à corrente, que permeou literatura, pintura, cinema, moda, arquitetura --vem logo à mente "La Pedrera", do catalão Antoni Gaudí (1852-1926)-- e decoração.
Os seis projetos da coleção põem o morador em cenários fantásticos como os do espanhol Salvador Dalí (1904-1989), um expoente da pintura que também projetou móveis surrealistas.
As casas abusam de objetos antropomórficos, que usam à exaustão fragmentos do corpo humano, de animais e de objetos do cotidiano. Um bom exemplo é a obra do pintor, escultor e decorador italiano Piero Fornasetti (1913-1988), que combina sóis, baralhos, arlequins, mãos e autorretratos.
É dele a série "Tema e Variazioni", cujas 350 variações especulam a partir da imagem da cantora lírica Lina Cavalieri (1874-1944). A obra do italiano domina o projeto de uma casa em Milão apresentada na coleção.
Outro expoente da tendência antropomórfica é o sofá-boca, lançado em 1934 e ainda figura constante de projetos contemporâneos, graças a suas reinterpretações pop.
Desenhos e padrões que propõem distorções óticas também marcam presença na casa surrealista. A ideia é confrontar sonho e realidade, alucinação e verdade. Uma escapada ao buraco do coelho de "Alice no País das Maravilhas"? É por aí.