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Casal cresce com transformação de Félix

Vilão que já jogou bebê em caçamba de entulho, personagem de Mateus Solano vive redenção ao lado de Niko

Dupla gay de 'Amor à Vida' surgiu quase por acaso, no espaço deixado por mocinho e mocinha sem sal

DA COLUNISTA DA FOLHA

Niko (Thiago Fragoso) surgiu como um "querido" desde a primeira pesquisa de público de "Amor à Vida", realizada pela Globo um mês após a estreia da novela, em maio. O personagem é honesto, doce, luta pela família e gosta das pessoas.

Soma-se a isso o fato de que, com a "força do amor", Niko vem tentando redimir o malvado favorito da novela, Félix (Mateus Solano). E pronto, a insossa Paloma (Paolla Oliveira) pode cortar os pulsos, pois perdeu o posto de heroína da história.

A mudança de papéis na novela das 21h não estava prevista. Félix não tinha Niko traçado em seu destino.

A dupla, que sofre a interferência de outro gay, Eron (Marcello Antony), surgiu quase por acaso, em novembro, num momento de desgaste dos protagonistas Bruno (Malvino Salvador), Paloma e Ninho (Juliano Cazarré), última ponta de um triângulo amoroso que, de fato, nunca existiu.

Bruno nunca correu o risco de perder sua amada para Ninho. Este, de tão rejeitado pelo público, virou comparsa da bruxa má da vez, Aline (Vanessa Giácomo).

ATUAÇÃO

Walcyr Carrasco, que diz ser um autor intuitivo, confirma que a dupla Niko e Félix virou uma possibilidade no desenrolar da história.

"Eu não havia pensado no casal", conta ele. "Mas sem dúvida a atuação maravilhosa dos atores contribuiu para essa receptividade junto ao público", afirma o autor.

Para Thiago Fragoso, o fato de seu personagem, Niko, ser gay é quase um detalhe nesse processo de aceitação.

"A ideia não era contar a história de um gay que queria ter uma família, mas a história de um homem que tinha esse sonho, e que por acaso é homossexual", diz Thiago sobre o rapaz, um bonzinho de carteirinha.

"Já ouvi das pessoas: Poxa, a minha avó era tão preconceituosa e está torcendo pelo casal!'", fala Mateus Solano, que afirma torcer por Félix, e não por um destino específico na trama.

Mas todos concordam que a aceitação da dupla está diretamente ligada à redenção de Félix. O algoz que já foi capaz de quase matar uma criança virou super-herói.

Nos próximo capítulos, o rei do "hooot-dooog" não vai salvar apenas um, mas dois bebezinhos: o de Niko (e de Eron, que acabou traindo o mocinho com a dona da barriga de aluguel, Amarilys) e o do médico César (Antonio Fagundes) com Aline.

A jogada do autor nesse processo de purificação foi desviar o alvo de ódio de Félix e transferi-lo para Aline.

"Essa é uma metáfora bonita para o final de novela, o bem contagiando o mal e transcendendo", diz Thiago.

Livre para ser amado --Félix era divertido até quando cruel--, o novo mocinho da história pode contaminar os telespectadores com uma amnésia de conto de fadas.

O público, curiosamente, já mostrou que é capaz de perdoar Félix por ter jogado um bebê numa caçamba, mas não perdoa Eron (Antony) por ter traído Niko com uma mulher.


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