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Crítica - Experimental

Improvisação sobre clássico de Ibsen é pouco convincente

CAROLIN OVERHOFF FERREIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Casa de Bonecas", de Henrik Ibsen, possui uma das protagonistas mais procuradas por atrizes desde que a peça estreou, em 1879.

Nora, a personagem que se emancipa do marido (Helmer) e da sociedade patriarcal, é ponto de partida de "Teatro de Bonecas", montagem de Adriano Cypriano com as atrizes Jackeline Stefanski e Milena Filócomo (que também assina a dramaturgia).

Como o título indica, não é o contexto social criticado por Ibsen que está em foco, mas sim as possibilidades teatrais que Nora proporciona às intérpretes.

Num espaço quase vazio, elas entram vestidas apenas com roupa de baixo de estilo antiquado. Stefanski pega o microfone e sublinha a situação teatral, reforçando que muito dependerá da imaginação do público.

Desenvolve-se então um diálogo cênico que oscila entre o material biográfico das atrizes e os personagens da "Casa de Bonecas".

Primeiro, elas se apresentam uma a outra, falando das razões da escolha da profissão. Depois, demarcam o espaço da peça simbolicamente com fita crepe.

Outras relações deste tipo são desenvolvidas ao longo do espetáculo, como quando uma briga entre as atrizes é seguida pela leitura do diálogo do confronto principal entre o casal Helmer.

Embora se perceba a intenção de embaralhar a relação entre experiência pessoal e encenação, sobressai a impressão de um experimento ainda não maturado.

Alguns momentos possuem graça, como a briga cuja improvisação está bem ensaiada. Outros, que flertam com o teatro-dança ou a performance, convencem menos. O caráter de exercício teatral permanece, sem que a montagem consiga amarrar bem o potencial da protagonista e da peça que inspiraram o espetáculo.


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