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Maestro Claudio Abbado morre aos 80

O artista italiano de estilo refinado, unanimidade na música de concerto, lutava contra um câncer havia anos

Indicado ao cargo de senador vitalício na Itália, músico doava seu salário a instituições beneficentes

JOÃO BATISTA NATALI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O maestro italiano Claudio Abbado, uma das maiores unanimidades da música de concerto, morreu ontem, em Bolonha, na Itália.

Ele estava com 80 anos e combatia um câncer que, já em 2002, o havia levado a não renovar seu contrato com a Filarmônica de Berlim.

Abbado foi um homem de alta erudição e raro refinamento artístico. Seu engajamento político --filiou-se na juventude ao Partido Comunista-- levou-o às periferias milanesas, para montar espetáculos ao lado, por exemplo, do diretor cênico Giorgio Strehler (1921-1997).

Nascido em Milão, estudou composição e regência em sua cidade e também em Siena e Viena. Venceu em 1958 o concurso Koussevitzky, em Tanglewood.

Tornou-se uma celebridade musical em 1967, ao reger uma sinfonia de Gustav Mahler (1860-1911) com a Filarmônica de Viena, no Festival de Salzburgo. Dois anos depois começou a gravar pelos selos Decca e Deutsche Grammophon.

Foi o principal regente da Sinfônica de Londres e diretor da Ópera Estatal de Viena (1986-91). Esteve em São Paulo em 2000, com a Filarmônica de Berlim, na temporada do Mozarteum.

Ao deixar Berlim, ele ainda montou três orquestras com músicos que lhe eram familiares, a do Festival de Lucerna, na Suíça, a Orquestra de Câmara Gustav Mahler (60 músicos de 17 países), e a Mozart, de Bolonha.

Trabalhou sem remuneração com a Orquestra Jovem Simón Bolívar, de Caracas.

Trazia a suas interpretações um estilo altamente refinado, elegante. São lendárias as leituras que Abbado fez das sinfonias de Mahler e Bruckner (1824-96), compositores de alta densidade sonora. Gravou também sinfonias de Beethoven, Schubert, Brahms, e Tchaikovsky.

Na ópera, ele deixa grandes gravações de "Wozzeck", de Alban Berg, de "O Barbeiro de Sevilha", de Rossini, e, sobretudo, de obras de Verdi: "Falstaff", "Macbeth" ou "Simon Boccanegra".

Foi indicado em agosto último senador vitalício, posto que a Constituição italiana reserva para personalidades artísticas de projeção. Não recebeu salário, doando-o a instituições beneficentes.


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