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Imagem e ação

Com aposta forte em cenas de perseguição e velocidade, Globo usa roteiristas premiados e protagonistas atormentados na série 'A Teia'

ISABELLE MOREIRA LIMA DE SÃO PAULO

O seriado "A Teia", que estreia hoje na Globo, mostra que a emissora descobriu na ação um novo gênero de ouro. Seus projetos mais ousados ou pertencem à categoria ou adotam alguns de seus elementos.

Com ares de produção hollywoodiana e perseguições implacáveis envolvendo caminhões, helicópteros e explosões, a nova série de 13 episódios leva à TV o texto original de dois roteiristas campeões de bilheteria: Bráulio Mantovani, de "Cidade de Deus" e "Tropa de Elite", e Carolina Kotscho, de "2 Filhos de Francisco".

Dentro do gênero, a emissora produz ainda a série "O Caçador", protagonizada por Cauã Reymond, que estreia ainda no primeiro semestre.

Criada por Marçal Aquino, Fernando Bonassi e José Alvarenga, que assina a direção com Heitor Dhalia, a trama fala sobre um policial convertido a caçador de recompensas. No elenco, além de Reymond, estão Cleo Pires, Alejandro Claveaux, Jackson Antunes e Nanda Costa.

As duas vêm na esteira da minissérie "Amores Roubados", que, embora fosse guiada por uma trama de paixão e traição, explorou perseguições e tiroteios e se deu bem no ibope.

ANTI-HERÓI

Com "A Teia", a Globo segue a linha de "Sopranos", "The Wire" e "Mad Men": roteiristas experientes escreveram a história de personagens atormentados. Saem o herói e o vilão e entram dois anti-heróis, cada um operando com uma ética própria.

A série conta a história da caçada do criminoso charmosão Baroni (Paulo Vilhena) pelo policial Jorge Macedo (João Miguel), que está amargando uma ação corretiva da Polícia Federal.

Sobre a criação de personagens cheios de "falhas", os autores dizem que é um pré-requisito da veracidade. "A boa dramaturgia pede personagens de verdade. A gente fez muita pesquisa e buscou referências, estudamos muito", diz Carolina Kotscho.

"A Teia" nasceu de uma pesquisa que Kotscho fez sobre experiências do delegado aposentado da Polícia Federal Antonio Celso dos Santos.

"As histórias eram muito boas. E eu pensava em escrever um livro. Comentei com o Bráulio e a gente pensou em fazer uma série. Logo imaginamos o João Miguel como protagonista", diz a autora.

"O Jorge Macedo é um anti-Capitão Nascimento, um intelectual, praticamente", afirma Mantovani.

Para João Miguel, "A Teia" ofereceu-lhe o primeiro protagonista na televisão.

"Considero esse personagem um herói do dia a dia. Foi fundamental conhecer o Antonio Celso [policial em que foi inspirado] porque ele me deu essa dimensão e eu pude dar licenças poéticas e ficcionais a ele", diz o ator.

EXPLOSÕES

Segundo os autores, licença ficcional foi o que não faltou. A TV deu liberdade total para que a trama fosse desenhada o mais cheia de detalhes possível. Nada era exagerado demais. "A gente tentou não se policiar porque não sabia que tipo de ideia era viável. Não conhecemos todas as tecnologias de produção", diz Mantovani.

No final, nada foi cortado ou alterado. A tecnologia permitiu tudo, desde explosões extravagantes até a captação em vários ângulos da cena em que João Miguel se pendura na parte traseira do caminhão dirigido em alta velocidade por Vilhena, em meio a troca de tiros. Há, ainda, uma cena de tombamento de um caminhão com galinhas.

"Claro que há limitações de orçamento, mas a mágica que eles fizeram para tirar a coisa do papel é incrível. Quase assustadora", diz Kotscho.


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