Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Crítica documentário

História do passinho ganha narrativa reverente e divertida

DE SÃO PAULO

As restrições mais comuns que se fazem ao funk carioca --os temas seriam vulgares; os cantores, ruins-- não se aplicam ao passinho, estilo de dança baseado no gênero, tema do documentário "A Batalha do Passinho", de Emílio Domingos.

A ênfase do passinho é no ritmo, não no canto, e o apelo sexual é quase inexistente. Restam a batida irresistível do funk, os passos de dança engenhosos e os protagonistas com apelidos como Bolinho, Camarão Preto, Cebolinha e Macumbinha. Difícil não simpatizar.

Com uma versatilidade talvez sem precedentes, o passinho mescla estilos como break, frevo, kuduro e samba, além de incluir (convincentes) "imitações de veado".

"A Batalha do Passinho" conta a história da dança desde os primeiros vídeos caseiros, publicados no YouTube, passando pelo concurso de dança homônimo, até a consagração com performances no programa de Xuxa e no encerramento da Paraolimpíada de Londres, em 2012.

Em setembro do ano passado ainda viria a glória maior, quando Beyoncé dançou o "Passinho do Volante (Ah Lelek Lek Lek)", de MC Federado e os Leleks, durante seu show no Rock in Rio.

Reverente e divertido, o documentário ganha breve tom fúnebre quando trata do assassinato de Gualter Damasceno Rocha, o Gambá, considerado o "rei do passinho".

A morte do dançarino, no início de 2012, repercutiu bem menos fora do mundo do funk que a de MC Daleste, estrela da vertente ostentação, no ano passado.

Gambá, que tinha 22 anos, trabalhava como gesseiro e declara no filme que costumava usar "até dinheiro de rango para entrar na lan house", onde acessava as redes sociais que foram fundamentais para a evolução e a disseminação do passinho.

O documentário só não explica por que a dança é dominada pelos homens.

Há pouquíssimas cenas com dançarinas, e a única protagonista do sexo feminino é Leandra Perfects, moderadora de uma das principais comunidades sobre passinho no Orkut e autora da frase mais notável do filme: "Quem tem poder na favela ou é dançarino, ou é traficante".


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página